#competições #mundial 

Yago Dora Barra John John no Rio Pro

O jovem catarinense levou a torcida ao delírio ao derrotar o havaiano na terceira fase da etapa brasileira do CT.

13/Mai/2017 - João Carvalho - WSL - Saquarema - Rio de Janeiro - Brasil

Eram apenas 7 horas da manhã e a Praia de Itaúna já estava lotada para assistir o duelo entre o campeão mundial John John Florence e o vencedor da triagem, Yago Dora, que abriu o sábado do Oi Rio Pro em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Yago salvou a pátria no sábado, pois os outros três que competiram foram eliminados em 13.o lugar, como o campeão do Oi Rio Pro no ano passado, John John Florence. Adriano de Souza, Gabriel Medina, Wiggolly Dantas e Yago Dora, são os brasileiros que seguem na disputa do título do quarto desafio da temporada em Saquarema.

No sábado, as esquerdas de Itaúna apareceram com mais frequência e qualidade do que nos outros dias. Bom para o catarinense mostrar o seu frontside e acertar um aéreo na finalização da onda para receber 8,33 dos juízes. E também pegou uma direita para mostrar a potência do seu backside e praticamente liquidar o havaiano com uma nota 7,17. John John também arriscou os aéreos, porém sem completar as aterrisagens. O máximo que conseguiu somar nas duas notas computadas foram 10,16 pontos, contra 15,50 de Yago Dora.

“Eu tentei ficar tranquilo antes da bateria e estou querendo aproveitar ao máximo o único evento do CT que vou surfar esse ano”, disse Yago Dora. “Todo mundo estava comentando sobre o confronto com o John John (Florence), então isso me deixou um pouco nervoso. Só fiquei mais confiante durante a bateria, depois daquele aéreo. Voltando para o pico no jet-ski, chamei a torcida e eles me empolgaram mais ainda. Foi incrível. Agora, meu foco é a quarta fase e espero continuar surfando bem aqui para seguir avançando na competição”.

Yago Dora ocupa a terceira posição no ranking do WSL Qualifying Series, que classifica dez surfistas para completar a elite dos top-34 do CT e é liderado pelo paulista Jessé Mendes. O catarinense foi a sensação do sábado na lotada Praia de Itaúna, com a torcida vibrando como num estádio de futebol logo nas primeiras horas da manhã. No entanto, depois, todos os brasileiros foram derrotados por seus adversários e terminaram em 13.o lugar no Oi Rio Pro, marcando 1.750 pontos no ranking e recebendo 11.500 dólares de prêmio.

Com a eliminação do havaiano na terceira fase, o sul-africano Jordy Smith e o australiano Owen Wright, que dividem a vice-liderança, podem tirar a lycra amarela do Jeep WSL Leader de John John Florence em Saquarema. Para ultrapassar o havaiano, precisam chegar nas semifinais da etapa brasileira apresentada por Corona e patrocinada pela Oi. Jordy Smith teve trabalho para superar o potiguar Jadson André numa batalha de notas na casa dos 7 pontos. O brasileiro surfou três ondas neste patamar, porém a melhor do sul-africano – 7,73 – decidiu a pequena vantagem no placar encerrado em 14,90 a 14,27 pontos.

“Eu sabia que precisava escolher bem as ondas”, disse o sul-africano. “O Jadson (André) estava com toda a torcida ao seu lado e eu sabia que ele ia mandar uns aéreos nas esquerdas. Eu e o meu técnico falamos bastante sobre que estratégia usar na bateria, mas para isso eu precisava pegar as melhores ondas da bateria. A torcida ia a loucura a cada onda surfada pelos brasileiros, mas na minha cabeça eu estava sem pressão, porque sabia que toda atenção estava focada nele. Estou feliz por ter conseguido avançar para a próxima fase”.

Na disputa seguinte, a terceira seguida com brasileiro disputando vaga para as duas rodadas classificatórias para as quartas de final no sábado, Caio Ibelli só conseguiu surfar uma onda boa e foi batido pelo experiente australiano Adrian Buchan por 13,16 a 11,24 pontos. Depois, um dos favoritos ao título do Oi Rio Pro, Filipe Toledo, foi penalizado com a marcação de uma “interferência” na disputa pela primeira onda da bateria e só somaria uma nota com metade da outra, contra duas do adversário. Não entraram muitas ondas boas, o vento não estava favorável para os aéreos e o americano Kanoa Igarashi venceu por 11,73 a 8,57 pontos.


Owen Wright supera norte-americano Nat Young na terceira fase do Rio Pro 2017.

Foto: Poullenot – WSL 

As condições do mar melhoraram logo depois, com dois duelos eletrizantes fechando a terceira fase e a participação masculina no sábado em Saquarema. O restante do dia ficou para as meninas disputarem três rodadas completas para definir as semifinalistas do Oi Rio Women´s Pro na Praia de Itaúna. Na penúltima bateria, o português Frederico Morais ganhou a maior nota do sábado – 9,20 – e ainda assim foi derrotado pelo australiano Julian Wilson por 16,23 a 16,13 pontos. Na última, Owen Wright somou notas 8,70 e 8,30 para superar o norte-americano Nat Young por 17,00 a 15,86 e seguir na busca pela ponta do ranking no Brasil.

“Eu sabia que a batalha ia ser muito dura contra o Nat (Young)”, disse Owen Wright. “Acho que surfamos de forma parecida, com estratégias parecidas, buscando pegar as direitas para surfar de backside com manobras fortes e indo para os aéreos somente em caso de emergência (risos). E as notas refletiram isso. Aí achei que precisava mostrar algo diferente para os juízes e foi aquela esquerda muito boa que surfei que acabou fazendo a diferença”.


Jadson Andre perdeu por pouco para Jordy Smith. Foto: Poullenot – WSL

BRASIL NO OI RIO PRO – O Brasil ainda tem quatro concorrentes ao título do Oi Rio Pro 2017. Um deles já está garantido nas quartas de final, pois três vão disputar a bateria que abre a quarta fase, os campeões mundiais Adriano de Souza e Gabriel Medina e o também paulista Wiggolly Dantas. O vencedor fica com a vaga, mas os perdedores têm uma segunda chance de classificação nos duelos homem-a-homem da quinta fase. Os três confirmaram suas passagens para a quarta fase nas baterias que fecharam a sexta-feira na Praia de Itaúna.

Já o catarinense Yago Dora completou a segunda batalha por vagas nas quartas de final e vai enfrentar mais dois campeões mundiais, os experientes Mick Fanning e Joel Parkinson. Os australianos são únicos participantes do Oi Rio Pro, que competiram em Saquarema 15 anos atrás, na única vez que sediou uma etapa da World Surf League em 2002. Jordy Smith está na terceira bateria com os australianos Matt Wilkinson e Adrian Buchan. E Owen Wright fecha a quarta fase com o compatriota Julian Wilson e o norte-americano Kanoa Igarashi.

QUARTA FASE DO OI RIO PRO – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:

1.a: Adriano de Souza (BRA), Gabriel Medina (BRA), Wiggolly Dantas (BRA)

2.a: Joel Parkinson (AUS), Mick Fanning (AUS), Yago Dora (BRA)

3.a: Jordy Smith (AFR), Matt Wilkinson (AUS), Adrian Buchan (AUS)

4.a: Owen Wright (AUS), Julian Wilson (AUS), Kanoa Igarashi (EUA)

TERCEIRA FASE DO OI RIO PRO – Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 11.500:

——–baterias que fecharam a sexta-feira:

1.a: Adriano de Souza (BRA) 15.67 x 12.33 Ian Gouveia (BRA)

2.a: Wiggolly Dantas (BRA) 18.27 x 11.73 Sebastian Zietz (HAV)

3.a: Gabriel Medina (BRA) 14.30 x 13.86 Bede Durbidge (AUS)

4.a: Joel Parkinson (AUS) 15.43 x 11.44 Jeremy Flores (FRA)

5.a: Mick Fanning (AUS) 13.40 x 11.90 Connor O´Leary (AUS)

——–baterias realizadas no sábado:

6.a: Yago Dora (BRA) 15.50 x 10.16 John John Florence (HAV)

7.a: Jordy Smith (AFR) 14.90 x 14.27 Jadson André (BRA)

8.a: Adrian Buchan (AUS) 13.16 x 11.24 Caio Ibelli (BRA)

9.a: Matt Wilkinson (AUS) 13.00 x 12.73 Josh Kerr (AUS)

10: Kanoa Igarashi (EUA) 11.73 x 8.57 Filipe Toledo (BRA)

11: Julian Wilson (AUS) 16.23 x 16.13 Frederico Morais (PRT)

12: Owen Wright (AUS) 17.00 x 15.86 Nat Young (EUA)