Vórtice de plástico gigante ameaça a vida no mar
14/Nov/2006 - ReutersEscovas de dentes velhas, brinquedos de praia e preservativos usados são parte de um vórtice gigante de lixo plástico no meio do Oceano pacífico, ameaçando criaturas do mar que ficam entrelaçados neles, comem ou pegam carona com eles, um novo relatório afirma.
O plástico não se desintegra como a matéria orgânica. Por isto, correntes oceanicas e marés carregaram o lixo plástico por milhares de kilômetros para uma área entre o Havaí e o continente americano, de acordo com o estudo feito pelo grupo internacional pelo meio-ambiente Greenpeace.
Este vórtice girante, que pode crescer até ficar do tamanho do Texas, não é longe das Ilhas Havaianas do Noroeste, designado como um santuário marinho dos EUA em junho por Bush.
O relatório do Greenpeace, "Objetos Plásticos nos Oceanos do Mundo disse que ao menos 267 espécies, incluindo aves, tartarugas, focas, leões marinhos, baleias e peixes, têm sofrido por se enganchar ou engolir objetos plásticos.
Em torno de 80 por cento destes objetos vêm da terra e 20 por cento dos oceanos, o relatório diz, com quatro fontes principais: turismo, esgoto, pesca e lixo de navios e barcos.
O novo relatório vem dias depois que a Ciência projetou que os estoques da Terra de peixe e mariscos entraria em colapso por volta de 2048 se as tendências de sobrepesca e poluição continuassem.
Há duas semanas o instituto de Medicina dos EUA afirmou que os benefícios de comer peixe excede os riscos de toxinas detectado nos animais.
Poluição plástica é um problema em todos os oceanos do mundo, o relatório do Greenpeace afirma, mas enfatizou o Pacífico por navegar pelo entulho flutuante de lixo e capturar imagens da fauna interagindo com o plástico.
"Não é necessariamente a área que é claramente definida; é tipo um fenômeno natural... vento e água salgada quebram o plástico," disse Steve Smith, a bordo do navio Esperanza do Greenpeace.
O lixo plástico, alguns em pedaços grandes e outros quebrados em partículas pequenas mas reconhecíveis, são visíveis do convés do navio, aproximadamente a 15 metros acima da superfície do oceano, Smith disse por telefone na sexta-feira.
Barcos infláveis foram despachados do navio para coletar amostras.
"Fomos infelizmente descobrindo muito material aqui flutuando, que não pinta um quadro muito bom, porque alguns são de lugares distantes, e têm vida marinha como cracas e outras criaturas pequenas vivendo no plástico," Smith disse.
Pegando carona em objetos plásticos, espécies invasoras podem ser carregadas milhares de kilômentros para interagir com criaturas nativas, Smith disse. O plástico também é um perigo para animais que pensam que é uma presa e comem, disse.
"Plásticos nos oceanos agem como uma esponja tóxica, absorvendo muitos dos poluentes persistentes," Smith disse. "Vimos fotos de albatroses que comem este plástico... Mesmo com os seus estômagos cheios, acabam por morrerem de fome, porque não há nenhum nutriente."
Redes de pesca e armadilhas descartadas ou perdidas podem continuar a pegar peixe enqaunto estão na água, o relatório afirma.
O relatório disse que um acordo internacional conhecido como MARPOL visa acabar com o descarte de plásticos no mar, mas notando que a maioria dod escombros origina-se em terra, mesmo a execução total deste acordo não eliminaria o problema.
O Greenpeace indicou uma rede global de reservas marinhas, cobrindo 40 por cento dos oceanos do mundo, sob a responsabilidade de países litoraneos , como meio de cortar o "consumo excessivo" e aumentar a reciclagem.
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