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Vendedor ambulante do Pará é o campeão da Pororoca

O paraense de Salinópolis, Rogério Barros, conhecido na praia como Pingo, recebeu nesta quarta-feira, 25, o troféu de campeão do 12º Campeonato Nacional de Surf na Pororoca, que aconteceu neste fim de semana, no município de Cutias do Araguari.

26/Abr/2012 - Mariléia Maciel/Secom - Amapá - Brasil

A premiação aconteceu no Palácio do Setentrião após a chegada das equipes que na última sexta-feira, 20, foram ao encontro da maior onda de pororoca do mundo. Após seis anos sem a disputa, a competição voltou a ser realizada pela Associação Brasileira de Surf na Pororoca (Abraspo), que contou com o apoio do Governo do Amapá.

Cerca de 50 profissionais de esportes radicais, coordenadores e jornalistas foram de barco até o rio Araguari, onde passaram cinco dias reconhecendo a área, os companheiros e surfando. Surfistas profissionais e amadores discutiram as estratégias de ataque resgate, segurança e a dinâmica de ação, isso serviu de base para a competição propriamente dita. Os oito competidores do Pará, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul, Ceará e Amapá foram divididos em quatro baterias. Stanley Gomes representou os amapaenses, mas, a final foi decidida entre Adilton Mariano (CE) e Pingo.

Conhecida pela violência em que transforma as águas amazônicas nesta época do ano, a pororoca é considerada um desafio para os mais corajosos que ousam enfrentar o rio com pranchas, jet ski ou lanchas. Além do Amapá, as enormes ondas se formam em São Domingos do Capim, no Pará, em Chaves, no arquipélago do Marajó, e em Ariri, no Maranhão. No Amapá, ela começou a ser procurada por aventureiros e esportistas em 2000, quando João Capiberibe governou o Amapá e retornou agora com total apoio do GEA.

O retorno da parceria era esperado pelos organizadores e participantes, que consideram essa ajuda essencial para que o evento ganhe respeito internacional. Por meio da Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel) foi repassado R$ 110 mil para a realização do campeonato, mais apoio do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Estado do Turismo (Setur).

O chefe de Gabinete, Kelson Vaz, garantiu que a partir do próximo ano o investimento será ampliado. “Essas iniciativas dão visibilidade para o Amapá, mostram nosso potencial turístico natural e nos caracterizam com um esporte que foi adaptado para a Amazônia, que já virou tradição”, disse Kelson.

O campeão Rogério Barros tem 30 anos, destes, dezoito são de surf na praia de Salinas. Nascido em Salinópolis, Pingo cresceu na praia e dela sobrevive. Quando não está surfando, ele vende salada de frutas para sustentar a esposa e uma filha especial, de dois anos. Ainda não se considera um surfista profissional, mas diz que depois de ganhar no Amapá, suas chances de entrar para a lista de renomados surfistas brasileiros cresceram.

“Surfo todos os dias, é minha paixão. Comecei por curiosidade, por brincadeira comum entre moleques da beira da praia, mas agora levo a sério e trabalho para chegar longe”, falou o campeão.

A premiação de R$ 5 mil foi dividida consensualmente entre os oito competidores. Antes da premiação oficial no Palácio, ainda no meio das águas, os campeões receberam os troféus seguindo o ritual típico dos surfistas. Em 1º lugar ficou Rogério Barros (PA); 2º lugar, Adilton Mariano (CE); 3º lugar, Ícaro Lopes (CE); 4º lugar, Dennis Tihara (BA); 5º lugar, Stanley Gomes (AP), 6º lugar, Binho Lopes (CE), 7º lugar, Rodrigo Dornelles (RS) e 8º lugar, Álvaro Bacana (MA).