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Utah - Estados Unidos

Um Novo Sistema de Alerta para Tsunamis

Acoustical Society of America (ASA)

Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália desenvolveram um algoritmo de imageamento de tempo reverso para alertar áreas costeiras contra tsunamis

Os sismólogos criaram um novo algoritmo que poderá um dia ajudar a dar às cidades costeiras um alerta precoce de tsunamis que se aproximam.

Atualmente os sistemas de alerta de tsunami confiam em cenários específicos de cada região com base em padrões anteriores nessa área. Isso porque os cientistas usam sensores no oceano, que podem detectar movimentos anormais, mas não podem fazer projeções precisas de quanto de água vai bater em uma costa e com quanta força. Porém o "mais provável" não é uma coisa certa. Se um tsunami verdadeiro não corresponder a nenhum dos cenários conhecidos, isso pode resultar em perda significativa de vidas.

Os cientistas da Universidade Nacional da Austrália desenvolveram o método de imagem de tempo reverso para pegar os dados em tempo real dos sensores do oceano e usar essas informações para recriar o que o tsunami parecia quando nasceu. Uma vez que os cientistas tiverem a fonte de um tsunami identificada, eles podem usá-la para fazer as melhores previsões sobre o que vai acontecer quando as ondas atingirem a costa. Este novo método é rápido o suficiente para competir com os algoritmos existentes, porém muito mais precisa ser desenvolvido.

"[O método de imagem de tempo reverso] não é baseado em um palpite, ele é baseado em informações em tempo real", disse Jan Dettmer, um sismólogo da Universidade. "[Este método] irá melhorar a precisão sem sacrificar a velocidade."

Dettmer e seus colegas falaram sobre o seu algoritmo de rastreamento de tsunami na reunião n° 171 da Acoustical Society of America, realizada 23 a 27 maio, em Salt Lake City.

Os pesquisadores estudaram as placas tectônicas na Fossa do Japão para ajudar a criar o algoritmo. A crosta terrestre é dividida em placas grandes que flutuam em cima do manto, uma camada pastosa que faz parte do núcleo da Terra. Essas placas se movem e se empurram uma contra as outras, em última análise, criando as fossas profundas e montanhas altas ao longo de milênios.

Quando o movimento acontece muito rapidamente, é um terremoto. Os terremotos podem fazer com que as massas de terra se movam vários metros, e se isso acontecer no fundo do mar ele cria um tsunami. O tsunamis mata uma média de 8.000 pessoas por ano, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres. É por isso que o alerta precoce é tão importante.

"Uma vez que o terremoto acontece, então temos minutos", disse Dettner. O sistema de Dettmer leva os cientistas a um passo de predizer com precisão a trajetória de um tsunami. A fim de prever o seu curso, você precisa saber o deslocamento da superfície do mar inicial, ou, o que a onda parecia quando ela começou.

Isso é difícil de fazer porque, enquanto o governo japonês colocou um monte de sensores no Oceano Pacífico, eles não cobrem todo o fundo do mar. Então Dettmer procurou as informações recolhidas em 11 de março de 2011, no terremoto de Tohoku-Oki e o tsunami que ele gerou.

Dettmer tomou as informações do evento de 2011 e as usou para ir voltar no tempo matematicamente, calculando o que o tsunami parecia quando ele começou. Uma vez que ele conseguiu esta informação do início do tsunami, ele acrescentou os dados dos sensores e projetou como o tsunami iria parecer quando atingisse a terra.

Ao comparar os seus resultados com o que realmente aconteceu em 2011, Dettmer foi capaz de aprimorar o seu algoritmo. O plano é aplicar o teste de seu método em outros terremotos registrados e afinar a tecnologia até que ela esteja pronta para ser implementada, que segundo ele poderia ser em menos de cinco anos.

"Este é um passo à frente", Dettmer acrescenta. "Esta pesquisa pode ser parte da próxima geração de sistemas de alerta de tsunamis que são baseados em informações em tempo real."

Fonte: News Wise

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