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Treino que mistura surfe e pilates aumenta força e fôlego

oglobo.com

Surfar ficou mais fácil e seguro para iniciantes, amadores e atletas graças a uma nova modalidade de treino criada por surfistas cariocas: o surfelates.

Como o próprio nome diz, a técnica mistura alguns dos exercícios de pilates aos movimentos do surfe, aprimorando o rendimento nas ondas e fora delas, e também deixando o corpo mais preparado para sofrer menos lesões. Qualquer um que goste do esporte pode se beneficiar da atividade, dizem professores. E mesmo quem não sabe surfar pode praticar, afirmam.

Chloé Calmon, de 16 anos, surfa de longboard há quatro, e conta que os treinos de surfelates melhoraram a sua performance no mar. Além de exercícios no estúdio com acessórios de pilates, incluindo bola suíça, elásticos, espaldar e bola medicinal, ela segue uma série de treino na praia, antes e depois de cair no mar. E, com a ajuda de um programa de computador, seus instrutores de surfelates filmam e comparam seu desempenho na água, para corrigir ângulos de movimentos, postura, flexibilidade e equilíbrio, detalhes que fazem uma grande diferença numa disputa de bateria com outros surfistas.

— Praticamente todos os dias treinamos algo, já me sinto mais bem condicionada fisicamente e a minha resistência melhorou bastante. No meu caso, faço um trabalho específico para surfe e os resultados estão aparecendo mais rapidamente — conta Chloé, que treina o surfelates no Recreio dos Bandeirantes.

O professor de educação física Thiago Amaral, um dos criadores do surfelates, com o professor Gabriel Ferrão, lembra que antes não havia uma modalidade de treino funcional direcionada a surfistas amadores ou profissionais. A maioria deles se exercita por conta própria ou busca atividades em academias, como musculação e lutas, para ganhar força e fôlego.

— A musculação, se não for bem orientada, deixa o surfista travado e pode prejudicar os seus movimentos nas ondas — diz Thiago. — Em sala e na areia simulamos em equipamentos de pilates e em pranchas adaptadas as manobras nas ondas, trabalhando equilíbrio, força, explosão, coordenação motora, além de capacidade aeróbica.

Cada onda que o surfista desce é diferente, diz Thiago, e ele precisa estar preparado para qualquer situação. No treino com surfelates, ele se sente mais seguro e corre menos riscos de se machucar, comenta o professor.

— É comum o surfista sofrer com dores nas costas, problemas nos joelhos e nos ombros. Fazemos um treino de fortalecimento de todos os grupos musculares, especialmente o do core, localizados na região do tronco, que nos ajudam a manter a postura. Só para ter ideia, uma prancha de longboard, uma das preferidas de pessoas que praticam surfe apenas como lazer, chega a pesar quase dez quilos.

Exercícios para iniciantes e profissionais do esporte

O ideal, acrescenta Thiago, é se dedicar às séries de surfelates três vezes por semana, no caso de amadores, com atividades adaptadas a qualquer nível. Para atletas, ele recomenda o treino diário, uma hora pela manhã e outra à tarde. Uma ferramenta diferente que ele usa é a prancha com material que lembra bosu (a plataforma formada por metades de bolas) e permite simular em solo quase todos o movimentos do surfe. Um vídeo no site www.surfelates.com.br dá bem uma ideia deste recurso.

E, segundo Ferrão, praticantes de surfelates evoluem mais rapidamente no esporte.

— Nas filmagens, identificamos os pontos fracos que precisam sem corrigidos. Quem já pratica surfe, ganha ainda mais velocidade, resistência, força e ritmo, por exemplo — afirma o professor, que nesta avaliação em vídeo aplica um programa de computador usado pelos melhores surfistas australianos.

Para Gabriel, mesmo indivíduos que não praticam surfe podem se beneficiar do surfelates. O treino é divertido.

— Podemos usar o material adaptado do surfe para trabalhar possíveis dificuldades ou deficiências, como falta de flexibilidade, força e equilíbrio, ou mesmo melhorar o condicionamento aeróbico.

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