#treinamento 
Recife - Pernambuco - Brasil

Treino funcional no centro das atenções

Marcelo Sá Barreto

A cada dia, segundo professores de educação física especializados, a procura pelos exercícios específicos só faz aumentar

Lutador profissional de jiu-jítsu, Leo Souza procurava um treino fora dos tatames que garantisse mais força. Surfista de ondas grandes, Alexandre Ferraz (Xandinho), com a temporada havaiana se aproximando, ansiava por um trabalho fora do mar que pudesse dar maior segurança na hora de encarar as grandes massas de água do Havaí. Ambos encontraram no treinamento funcional o que procuravam. A cada dia, segundo professores de educação física especializados, a procura só faz aumentar.

Não só os atletas de alto rendimento, mas quem procura a saúde no esporte também recorre, dentro das academias, à busca do condicionamento a partir do uso das habilidades especificas do esporte preferido.

O treinamento funcional nasceu na década de 1970. E consiste no trabalho físico utilizando-se o peso do próprio corpo, embora a musculação e os alongamentos também façam parte do esquema de trabalho.

Por se tratar de um surfista de ondas grandes, a preparação de Xandinho tende a ser minuciosa. O treino da água é importante, a yoga que pratica também é válida para encarar as condições difíceis, mas o trabalho pensando na remada e no equilíbrio corporal, por exemplo, só existiam no treinamento funcional. Este ano, pensando em chegar mais preparado na temporada havaiana, intensificou os treinos.

“Sempre ouvi falar do treinamento no passado. Este ano, intensifiquei. Sinto que vou chegar no Havaí bem. Essa é a intenção”, afirmou Alexandre. “Além disso, é um treinamento mais prazeroso e com movimentos que levam o atleta a pensar em cada execução. Com isso, você foca mais, o treino não fica na mesmice e termina que você consegue um melhor desempenho justamente pelo treino ser mais individualizado”, disse.

O lutador Leo Souza também queria algo que potencializasse a sua performance nos treinos e nas competições. Ao se inserir no treinamento funcional, sentiu a diferença. “As melhoras que tive com o treinamento foram muitas. Melhorei bastante a força, a explosão, a estabilidade e a parte cardiopulmonar e vascular. São elementos bastante exigidos numa luta. O treinamento funcional pode ser usado para todos, que sejam acompanhados por profissionais da área”, disse.

O sucesso do treinamento funcional está justamente na questão individualizada, o mais próximo do esporte que o atleta pratica. Um surfista, no caso de Xandinho, trabalha com exercícios que de alguma forma simulam o surfe, só que numa academia. Num dos trabalhos feitos por Leo, da posição sentada ele “ataca” o quimono preso a uma máquina. Com o peso e a potência do próprio corpo, ele melhora sua capacidade de luta.

“Tudo é voltado ao condicionamento das habilidades especificas de cada esporte utilizando, na maioria das vezes, o peso do corpo. Há um acompanhamento individual, trabalhando o corpo globalmente. Isso, de acordo com o objetivo de cada um”, disse o professor de educação física Marcelo Mulatinho. “Atletas de qualquer idade, sejam jovens e idosos, podem participar sem problemas desses treinos, que ainda são regenerativos”, comentou.

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