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Tequila Ardida - Cearenses invadem o México

Entre as Trips que mechem com imaginário dos bodyboarders com certeza o México é um dos destinos mais desejados.

11/Ago/2014 - Tainan Monte - Puerto Escondido - Oaxaca - México

Entre as vantagens de investir suas economias na realização desse sonho estão à constância de ondas da costa pacifica mexicana, a água sempre quente, o vento terral que sopra sagradamente todas as manhãs, excelentes picos com fundo de areia e o Power das ondas, quase sempre com tubos e rampas para as manobras.

Acreditando nessa ideia um grupo formado pelas Bodyboarders Cearenses Marcelo Freitas, Luis Sérgio, Vladinir Marciel, Helton Nogueira, João Vitor Parente, Tainan Monte e Paulo Osmar com seu filho Zion, embarcaram no mês de maio desse ano para terras astecas, mas precisamente para cidade de Puerto Escondido, situada a 800 quilômetros ao sul da Cidade de México. 

Puerto Escondido é mundialmente conhecida pela praia de Zicatela, onde quebram ondas de até 20 pés com uma constância incrível entre os meses de março e outubro. O fundo de areia é um misto de sonho e pesadelo, pois como não há canal para entrar muitas vezes após pegar o tubo da sua vida você acaba levando na cabeça uma série de pensar na morte quando se está remando novamente para o outside, nada que te deixe mais que 30 segundos de baixo d’água, mas o é recomendável estar com fôlego em dia para não passar nenhum perrengue.

Também conhecida como “Mex Pipe” o pipeline mexicano foi nosso cartão de visita quando chegamos no dia 16 de maio. Durante os 11 dias que ficamos em Puerto entraram três swells seguidos e o mar não esteve menor que 6 pés. Nos melhores dias pegamos Zicatela com 8 pés perfeitos, abrindo para os dois lados e fizemos a cabeça.

O crowd é formado 90% por turistas que em sua maioria ficam esperando “a onda perfeita” para arriscar um drop. Já o bando dos “cabeças-chatas” parecia estar em parque de diversões, pois sobravam muitas ondas e até as vacas mais feias eram comemoradas e motivos de risos. Não estávamos preocupados com a qualidade e sim em pegar o maior número de ondas e claro aumentar a bagagem de tubos e manobras.

Alguns dias o mar subia sem aviso prévio e mesmo no outside tomávamos umas séries de quase 3 metros na cabeça, como aconteceu com nosso amigo Paulo Osmar que passou por um momento crítico voltando para o line up e uma dessasBig Series com mais de 10 ondas quebrou literalmente em cima dele, nesse momento ele diz ter entendido todo sentido da Caveira Mexicana (que segundo a cultura local simboliza a vida e afasta os maus espíritos). Depois de quase se afogar e sair do mar vomitando toda água salgada que engoliu, passou quase 30 minutos deitado na areia para recompor suas forças. O trauma psicológico foi tão grande que nosso amigo ficou com febre a noite e só voltou a cair dois dias depois.

Nesses dias de que as condições estavam fora de controle na Playa de Zicatelacorríamos para outra onda chamada Punta Colorada a 15 minutos de táxi do hotel onde estávamos. Era o momento de tirar a tensão de Zicatela, pois Punta Colorada era uma onda mais divertida, quebrava mais próximo da areia e formava triângulos perfeitos para direita e esquerda que propiciam bons tubos e qualquer tipo de manobras.

Outra onda de qualidade internacional é La Punta, pico que fica no canto esquerdo da baia de Zicatela e é onda muito extensa com cerca de cinco sessões que quebram muito atrás. Como é uma onda mais cheia o crowd é totalmente dominado por surfistas e quando um bando de cearenses “secos” por onda chegaram sufocando o pico alguns locais ficaram bravos e quase arranjamos confusão por lá. Por bem ou por mal decidimos não voltar por lá e tirar o sossego dos locais que chegaram a perguntar se nós tínhamos “permission” para surfar a onda desde a primeira bancada, a resposta foi “- É o que Macho?”.

Quanto à hospedagem não poderíamos ter ficado mais bem instados no Hotel Bungalows Zicatela, com quartos confortáveis de frente para praia, boa comida, piscina para relaxar depois do surf e o melhor de tudo: um mirante para conferir as condições do mar “na cara do gol”.   

No ultimo dia ainda arriscamos um trip paras as cidades vizinhas de Huatulco onde conhecemos outros picos paradisíacos como El Morron e Barra de La Cruz, mas o swell não nós favoreceu esses picos nesse dia. De toda forma valeu às 6 horas estrada que enfrentamos para conhecer novos lugares.

A trip Tequila Ardida com certeza foi inesquecível em vários aspectos, fomos muito bem recebidos pelo povo mexicano e só temos a agradecer pelos dias de boas ondas, os tubos, as comidas apimentadas, as coronas geladas, aos locais que sempre foram receptivos e por ter sobrevivido bem às várias vacas, sem dúvida um grande aprendizado. Gracias México!