Surfistas Unem-se Contra o Localismo em Lunada Bay

O localismo no surf é quase tão antigo como o próprio esporte, e em muitos casos, pode ser considerado um mal necessário. Isto porque, como em qualquer outro local, há regras que devem ser cumpridas e os “locais” são quem deveriam ter legitimidade para as impor.

Infelizmente muitas vezes esta pratica é levada longe demais, tornando-se num problema em vez de ser uma solução. No Brasil existem praias em que o localismo é levado ao extremo, como em algumas praias de Florianópolis, em que estranhos já sofreram agressões físicas, e tiveram o seu carro vandalizado.

Já em locais como a Califórnia o localismo encontra-se noutro patamar. Ao longo dos anos diversos incidentes acabaram em tribunal, e até em prisão. Um dos casos mais conhecidos foi o de um surfista “semi-profissional” do fim dos anos 90, chamado Carter Slade. Slade agrediu um surfista que o rabeirou e ainda incentivou outro local a agredi-lo alguns dias mais tarde. A consequência foi uma pena de prisão de 9 meses e a proibição de surfar na sua praia local durante três anos.

Uma pena semelhante foi imposta a outro localista californiano, David Ortega, que ficou com a pena suspensa e a proibição de surfar na sua praia durante alguns meses. Ao fim de dois dias foi apanhado em flagrante e sentenciado a 6 meses de prisão.

Mas há uma praia que ao longo dos anos tem sido palco de mais casos de localismo desmedido do que outra qualquer, Lunada Bay. Este point break de direitas é considerado uma das melhores ondas da Califórnia, mas não está disponível para todos.

Aparentemente um grupo muito restrito de surfistas locais mantêm um forte domínio sobre estas ondas, com base na violência e na intimidação. Mesmo quem mora muito perto deste pico tem dificuldades em surfar lá, evitando o pico devido aos seus locais.

Cansados da situação, vários surfistas dos arredores criaram uma petição online para desafiar os surfistas da área a aparecerem na praia ao mesmo tempo para surfar em Lunada Bay, sem receios.

No entanto, apesar da comunicação massiva deste “evento”, pouco mais do que duas dezenas de surfistas apareceram para desafiar os locais, e o surfe não teve qualquer tipo de consequências duradouras.

Um novo “surf comunitário” será marcado mas, por enquanto, Lunada Bay continua a pertencer aos locais.