#tsunami #ondas grandes #fenômenos naturais 

Surfistas brasileiros sobrevivem ao tsunami em Samoa

Dois surfistas brasileiros estavam surfando na hora do tsunami, um descreve os momentos de terror que viveu

30/Set/2009 - - Samoa

Alguns brasileiros estavam em Samoa, surfando na hora do tsunami. Pra se livrar das ondas gigantes alguns deles remaram para alto mar. E os outros foram arrastados pelo tsunami até a praia.

Júlio Gruendling se refugiou em alto mar e viu toda a devastação. Guilherme Costa diz que o mar recuou e alguém gritou que era tsunami. E que ficou em cima de uma rocha até pular numa onda gigante, desesperado.

“Pensei: meu Deus, ajuda que eu vou morrer. Aí eu caí no meio de árvore, um monte de galho, eu fui batendo em tudo”, disse ele.

Quando chegou à praia, encontrou um cenário desolador. “Muita criança chorando, pedindo ajuda, eu ajudei pelo menos duas. Eu peguei essas duas crianças no colo e corri, corri”, contou Guilherme.

As crianças estavam com duas mulheres desesperadas. "Elas não andavam, elas só estavam esperando a onda vir pra elas morrerem. Eu estou em estado de choque, que eu não consigo nem falar direito”.

O chefe de cozinha, que mora há seis anos na Austrália e estava de férias com um amigo na ilha tropical de relevo montanhoso e florestas densas, escapou da morte por sorte: estava surfando em alto-mar no momento em que as ondas gigantes varreram o arquipélago. Mas foi a sua coragem que fez a diferença nessa história: mesmo ferido, salvou outras tantas vidas com a sua prancha

Catarina Gruendling, que mora em Sidney (Austrália) e passa férias em Florianópolis (SC), só ficou mais tranquila quando conseguiu conversar com o marido Julio Gruendling na manhã de hoje. Segundo ela, Julio contou que a maré começou a secar. Percebendo que era um tsunami, a primeira reação dele foi remar contra a onda. Já Guilherme se apavorou e foi em direção contrária, até ser arrastado pelas águas. Ele conseguiu chegar à praia e se salvar.

Julio permaneceu com outros dois colegas em um barco esperando o mar se acalmar. Quando retornaram à praia onde ficava a pousada em que estavam hospedados, encontraram tudo destruído, relata Catarina.

"Rapidamente ele foi procurar pelo Guilherme morro acima e viu muita gente morta. Não tinha muito o que salvar, as pessoas que estavam no morro sobreviveram, quem não estava morreu afogado", diz. Ouça o relato.