Eu estava voltando da praia e por um grupo de WhatsApp recebi a notícia. Desde então me passa um filme na cabeça, dizem que isso acontece quando estamos em risco de morte, mas desta vez eu não estava em perigo.

Amigo de sala no colégio Santa Maria começamos a surfar o começo da década de 80 em Boa Viagem. Nesta época Recife era considerada uma “Surf City”,e nós logo decidimos, embora não soubéssemos, que o surfe seria nossa companheira para o resto da vida.

Veio o bodyboarding e junto com Carlos fizemos parte da primeira geração de competidores pernambucanos a correrem campeonatos nacionais e o Bliss Internacional, evento mundial realizado na Prainha, RJ, que marcou o bodyboarding nacional.

Viajamos muito, passamos inúmeras “roubadas”, demos muitas risadas, pegamos muitas ondas, quase morremos juntos em uma ressaca no Meio da Barra,RJ, descobrimos a boa vida de competidor de bodyboarding e surfista free-surfer.

Com a desarticulação do esporte em Pernambuco, voltamos a surfar de pranchinha e nossas vidas tomaram rumos diferentes, ele como Policial Federal e eu como Jornalista, mais não perdemos o contato e hoje me vejo tentando escrever uma homenagem ao meu amigo.

Carlos Nunes era querido por toda a comunidade do surfe pernambucano

Surfista de alma. E que alma boa! Deixa seu irmão gêmeo, e não menos querido, Zé Nunes, desejo-lhe serenidade neste difícil momento.

Hoje, fui de madrugada para a praia, fui sozinho, precisava estar só, mas hoje foi diferente, fui agradecer. Isso mesmo, agradecer por tantos momentos bons compartilhados. Agradecer pelas boas lembranças.

Hoje eu surfei por ele. A partir de hoje surfarei por nós!

Fonte: Blog do Surfe