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SIlvana é vice e Italo faz milagre no Japão

15 anos depois de ganhar o primeiro Ouro no ISA Games, a peruana Sofia Mulanovich repete o feito. A cearense Silvana Lima foi Prata, a sul-africana Bianca Buitendag, Bronze, e a americana Carissa Moore ficou com a medalha de Cobre.

10/Set/2019 - Redação Surfguru - Miyazaki - Japão

Sofia Mulanovich, do Peru, foi coroada com a medalha de ouro feminina na terça-feira no ISA World Surfing Games 2019 em Miyazaki, Japão. Depois de ganhar seu primeiro ouro no ISA World Surfing Games na edição de 2004 no Equador, Mulanovich voltou a representar sua nação e a entrou numa galeria restrita de surfistas que têm duas medalhas de ouro no ISA Games. 

Trasmissão webcast do 4º dia

"Sinto como se estivesse em um sonho", disse Mulanovich. “É incrível estar aqui e ganhar uma medalha de ouro contra os melhores surfistas do mundo. Ganhei os ISA World Surfing Games de 2004, então voltar em 2019 e vencer novamente é uma loucura. Faz tanto tempo e é um momento mágico".

“Esta medalha de ouro significa muito para os surfistas no Peru. Dois peruanos acabaram de ganhar medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos em Lima e vencer aqui apenas contribui com isso. O surf está crescendo muito na América Latina e o Peru chegou para ficar.”

Destaques do dia

As demais medalhas foram fortemente contestadas e determinadas por apenas 0,17 pontos, com Silvana Lima do Brasil com a Medalha de Prata (12,77 pontos), Bianca Buitendag da África do Sul com a Medalha de Bronze (12,64 pontos) e Carissa Moore dos EUA com a Medalha de Cobre (12,6 pontos).

Com a competição feminina encerrada, no meio do evento, o Team Brazil saltou para a liderança. Apoiado pela Medalha de Prata de Lima e um forte quinto lugar de Tatiana Weston-Webb, o Brasil tem 4420 pontos em potencial à medida que o evento se aproxima dos Men. 

Depois do ouro de Mulanovich, o Peru ficou em segundo com 4.330 pontos em potencial, os EUA em terceiro com 4235 e a Austrália em quarto com 4.203.

O potiguar de Baía Formosa Italo Ferreira teve um desempenho incrível, apesar de chegar atrasado ao evento devido a um assalto que resultou em problemas de passaporte. Ítalo sequer aguardou suas pranchas desembarcarem, seguindo para disputar a sexta bateria da abertura masculina onde chegou com a bateria faltando oito minutos para seu encerramento e conseguiu vencer somando média acima de 13 pontos e tendo 8,33 na melhor onda, surfada com prancha emprestada pelo companheiro Filipinho Toledo, já devidamente preparada para que ele, que pulou o cercado do evento para conseguir entrar e vencer.

"Foi uma missão! Quando eu pousei, fui correndo do aeroporto para a competição e não tive tempo de pegar a bagagem. Quando eu cheguei, a minha bateria já estava acontecendo e eu precisava de 12 pontos para ficar em primeiro. Faltando 1 minuto, eu fiz a melhor nota, surfando com a prancha do Filipe e com a bermuda jeans da viagem. Deu certo. Foi doido!" - disse Ítalo.

O presidente da ISA, Fernando Aguerre, disse: 

“Esta final foi uma validação do cenário competitivo verdadeiramente universal do nosso esporte. Sofia teve uma longa carreira como surfista profissional e voltar após sua medalha de ouro há 15 anos contra esse grupo de estrelas é incrível para ela. Isso dá a Sofia uma ótima posição para participar dos Jogos Mundiais de Surf da ISA 2020 para procurar uma das vagas de qualificação para Tóquio 2020 para as mulheres. Tenho certeza de que ela vai dormir hoje à noite pensando em suas chances para 2020.”

À tarde, a competição masculina teve a chance de ir para a água e começar suas buscas pela medalha de ouro e qualificação olímpica. 

Os principais atletas do esporte, como Kelly Slater (EUA), Filipe Toledo (BRA), Julian Wilson (AUS) e mais se juntaram a competidores de 55 países de todos os continentes, unindo-se em paz em nome do surf.

Depois que a Tailândia estreou no ISA World Surfing Games na competição feminina, Sri Lanka, Líbano e Samoa Americana estreiam na divisão masculina. 

As melhores performances foram do português Vasco Ribeiro com o maior somatório (15.27) e do filipino Edito Alcala com a maior nota (9.17). 

A competição masculina deu uma guinada interessante desde o início, quando o atual medalhista de ouro masculino, o argentino Santiago Muñiz, perdeu para o brasileiro Filipe Toledo e o mexicano Alan Cleland.

Muñiz e Cleland terminaram empatados na segunda posição com a mesma pontuação, 11,94, mas a pontuação mais alta de uma onda de Cleland, 7,27, foi maior que a 7,17 de Muñiz, dando a ele o aceno no desempate. 

Kelly Slater, dos EUA, venceu sua primeira bateria do evento, defendendo uma performance feroz do irlandês Gearoid McDaid, que terminou menos de um ponto atrás em segundo.

"Eu não competia pelo Time EUA desde a edição de 1990 dos Jogos Mundiais de Surf, também no Japão", disse Slater. “É bom estar aqui porque traz ótimas lembranças. É ótimo ver que existem realmente bons surfistas de outros países, alguns conhecidos e outros desconhecidos. A Indonésia tem um surfista incrível e o Marroquino parecia o melhor de todos hoje. Seria interessante se um surfista de uma dessas nações vencesse.” 

Bryan Perez, de El Salvador, que está empolgado com uma inspiradora atuação no Pan Am, onde conquistou uma medalha de bronze, passou sua bateria da primeira rodada em segundo lugar, continuando exatamente de onde parou em Lima 2019. 

"É incrível estar aqui representando meu país novamente", disse Perez. “Conseguir uma medalha de bronze teve um grande efeito em El Salvador. Ninguém estava pensando em surfar em El Salvador. É um país pequeno, mas depois dessa medalha, muitas crianças querem vir da cidade para a costa e aprender a surfar. Todo mundo está falando sobre surfar agora.”

O trio masculino brasileiro agora vai em busca dos máximos 2590 pontos que Ouro, prata e bronze no pódio

proporcionam e assim fechar com medalha de ouro também a disputa por países dos Jogos Mundiais de

Surf em que a ISA (Associação de Surf Internacional) até domingo assegurará pelo torneio uma vaga

olímpica masculina da Oceania, Ásia, Europa e África, enquanto a da América está hoje com o peruano

Lucas Messina, que a exemplo da compatriota Daniela Rosas, também venceu o classificatório Pan de

Lima 2019.

O cronograma provisório para o restante da competição é o seguinte:

11 de setembro

  • Taça ISA Aloha
  • Open Men

12-14 de setembro 

  • Open Men

15 de setembro

  • Final Open Men
  • Cerimônia de encerramento 

O ISA World Surfing Games 2019 apresentado pela Vans é transmitido de 7 a 15 de setembro no site www.isasurf.org.

Resultados das mulheres:

Ouro - Sofia Mulanovich (PER)

Prata - Silvana Lima (BRA)

Bronze - Bianca Buitendag (RSA)

Cobre - Carissa Moore (EUA)

Melhores médias do dia

H# |  Competidor  |  Country  |  Best  |  Pts

7   | Vasco Ribeiro  |  POR  |  8.50+6.77  |  15.27

9   | Ramzi Boukhiam  |  MAR  |  8.23+6.83  |  15.06

14 |   Vicente Romero  |  ESP  |  7.67+7.00  |  14.67

27 |   Manuel Selman  |  CHI  |  7.40+7.20  |  14.60

11  |  I Ketut Agus Aditya  |  INA  |  8.10+6.43  |  14.53

13  |  Kanoa Igarashi  |  JPN  |  7.77+6.73  |  14.50

2  |  Filipe Toledo  |  BRA  |  8.00+6.27  |  14.27

10 |   Billy Stairmand  |  NZL  |  7.83+6.30  |  14.13

11 |   Frederico Morais  |  POR  |  7.50+6.63  |  14.13

1  |  Julian Wilson  |  AUS  |  8.00+6.10  |  14.10

8  |  Edito Alcala Jr  |  PHI  |  9.17+4.93  |  14.10

27  |  Shane Campbell  |  CAN  |  7.17+6.87  |  14.04

16  |  Jeremy Flores  |  FRA  |  7.07+6.83  |  13.90

15  |  Noe Mar McGonagle  |  CRC  |  7.50+6.33  |  13.83

18  |  Angelo Bonomelli  |  ITA  |  7.00+6.67  |  13.67

3  |  Roberto Araki  |  CHI  |  7.33+6.33  |  13.66

25  |  Kolohe Andino  |  USA  |  6.83+6.77  |  13.60

3  |  Peter Devries  |  CAN  |  6.83+6.67  |  13.50

6  |  Italo Ferreira  |  BRA  |  8.33+5.13  |  13.46

Fontes: ISA e Chico Padilha