Ah, o verão! Sol, samba, várias gatas na praia e... poucas ondas. Tudo isso lota as praias cariocas, mas deixa os surfistas angustiados na espera de um swell. Por isso, o freesurfer Tiaguinho Arraes deu o nome aos meses de dezembro a março de “Sad Summer” para intitular a sua nova produção, que mostra “o pouco do pouco que rolou” e os diferentes pontos de vista desses dias.
Tiago sempre tenta fugir do verão do Rio de Janeiro, porém não conseguiu esse ano, fazendo apenas uma trip durante o carnaval para a Costa Rica. Mas o trickster curte as ondas pequenas para voar e achou algumas boas condições durante esses três meses. Como uma em São Conrado, em que acertou o novo aéreo “Lois Lane”, um “Superman” combinado com o “Sex Change”.
“Acho que ninguém nunca tinha conseguido combinar essas duas manobras. Com a facilidade que tenho tido para mandar o ‘Superman’, consegui fazer essa variação que é uma das minhas preferidas. Eu venho me inspirando nos caras do motocross para tentar algumas outras coisas novas, mas essa é a primeira variação que consegui registrar”, fala o freesurfer.
O especialista em aéreos Tiaguinho Arraes acertou um novo durante o verão carioca. Crédito: Pedro Fortes.
O surfista de 27 anos ficou o tempo todo atento em qualquer ondulação ou pequeno movimento que aparecia nos mapas de previsões de ondas para não perder nenhuma oportunidade. Ele chegou a contar três semanas sem nada e, nesses dias, o fissurado trabalhava em dobro para que pudesse se internar dentro d’água quando o mar acordasse.
“No verão temos grandes flats. Se não me engano, nesse verão de 2014 contei três semanas sem nenhum balanço. Tivemos muitas decepções, como ir até Grumari, voltar para o Leme, desistir e voltar para casa (Risos)”, conta.
O trickster não manda bem apenas nos aéreos, ele também tem os tubos no seu repertório. Crédito: Erick Figueiredo.
Apesar disso, Tiaguinho acredita que o segredo está em não desistir de correr atrás das ondas: “Com essa busca também fomos presenteados com alguns mares muito bons, como um mar no Leme que tinha quase 2 metros com tubos sem água e muitas baforadas. Acho que a dica todo mundo sabe: nunca abandonar, sempre correr atrás. O RJ tem muitas possibilidades de onda, em algum lugar sempre vai ter uma brincadeira.”
Sempre atento às previsões de ondas, o local de Ipanema chegou a achar ondas de quase 2 metros. Crédito: Pedro Fortes.