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Resumo dos rounds 3, 4 e 5 do Quiksilver Pro Gold Coast 2015

Quatro brasileiros e quatro australianos vão decidir o título do Quiksilver Pro Gold Coast nesta sexta-feira em Queensland, na Austrália.

12/Mar/2015 - WSL - Gold Coast - Queensland - Austrália

O campeão mundial Gabriel Medina foi barrado ainda na terceira fase pelo irlandês Glenn Hall, mas os também paulistas Adriano de Souza, Filipe Toledo, Miguel Pupo e o estreante Wiggolly Dantas, vão tentar a segunda vitória consecutiva do Brasil na etapa de abertura do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2015 em Snapper Rocks. Um deles já está garantido nas semifinais, pois o primeiro duelo do último dia será verde-amarelo, entre Miguel Pupo e Wiggolly Dantas. Os outros dois estão na chave de baixo, com Adriano de Souza enfrentando o tricampeão mundial Mick Fanning e Filipe Toledo fechando as quartas de final contra o também experiente Bede Durbidge.

Filipinho foi o grande destaque do dia nas direitas de 2-3 pés da quinta-feira em Snapper Rocks. O surfista de Ubatuba que atualmente mora na Califórnia, fez os recordes do ano no WCT com o seu arsenal de manobras modernas e progressivas apresentadas contra a sensação do surfe norte-americano, Kolohe Andino. Ele já começou forte a bateria com nota 9,67 e foi ampliando a vantagem a cada apresentação até fechar o placar em 18,50 a 15,74 pontos. Depois também fez a maior pontuação da quarta fase, conquistando a última vaga direta para as quartas de final por 17,83 pontos, contra 16,57 do sul-africano Jordy Smith e 12,23 do australiano Matt Wilkinson, que depois foram eliminados na repescagem.

“Eu amo surfar direitas como essas aqui de Snapper Rocks, então estou me sentindo bem confortável e confiante nas baterias”, disse Filipe Toledo. “A longa espera (onze dias) foi bom para a minha mente e para treinar novas pranchas. Hoje (quinta-feira) eu só procurei escolher bem as ondas e surfar o melhor que posso, pois isso é o que eu mais gosto de fazer, então fico super excitado e quero continuar assim, me divertindo. Eu acho que este vai ser um grande ano para o Brasil e para os surfistas mais jovens do circuito”.

NOVATOS BARRANDO CAMPEÕES – O dia já tinha começado bem para o Brasil com as novidades da seleção verde-amarela no WCT 2015 despachando campeões mundiais nos primeiros confrontos da terceira fase. As condições do mar estavam difíceis, com poucas ondas boas entrando nas baterias, então era preciso aproveitar as poucas chances e foi isso que o potiguar Italo Ferreira fez para superar o onze vezes campeão mundial Kelly Slater. Foi a vitória de um estreante e o mais jovem da elite dos top-34, com apenas 19 anos de idade, contra o maior ídolo do esporte e o mais velho e experiente com seus 43 anos completados no dia 11 de fevereiro. Italo somou 13 pontos nas duas notas computadas contra apenas 8,77 de Slater.

“Estou superfeliz por conseguir surfar bem outra bateria”, disse Italo Ferreira. “O Kelly (Slater) é uma inspiração para mim e para muitos surfistas da minha geração. Ele é uma verdadeira lenda do esporte e pena que a nossa bateria não deu muita onda boa, mas eu consegui achar duas para fazer boas manobras, então estou muito contente por ter conseguido derrota-lo logo na minha primeira etapa no WCT”.

Na disputa seguinte, o paulista Miguel Pupo teve uma disputa mais acirrada contra o australiano Josh Kerr. Ambos surfaram boas ondas e o placar foi encerrado com uma pequena vantagem de 13,67 a 13,20 pontos a favor do brasileiro. E no terceiro duelo do dia deu Brasil de novo com Wiggolly Dantas não dando qualquer chance para Joel Parkinson, vice-campeão nas duas últimas edições do Quiksilver Pro Gold Coast, inclusive na final do ano passado contra Gabriel Medina. A vitória foi por massacrantes 15,77 a 9,93 pontos e ficou formada uma bateria verde-amarela para abrir a primeira rodada classificatória para as quartas de final, entre Italo Ferreira, Miguel Pupo e Wiggolly Dantas.

“Eu estava apenas querendo surfar boas ondas hoje (quinta-feira) e estou feliz por ter conseguido”, disse Wiggolly Dantas. “Eu consegui derrotar o Parko (Joel Parkinson), que nasceu aqui e conhece essa onda como ninguém, procurando surfar as ondas maiores. Estou me sentindo bem confiante, as pranchas estão boas e espero que continue assim, que eu vá avançando as baterias para sair daqui com um bom resultado nesta minha primeira participação no WCT”.

ZEBRA IRLANDESA – Mas, as surpresas não aconteceram apenas a favor do Brasil, pois Gabriel Medina também acabou eliminado na terceira fase pela maior “zebra” do campeonato, Glenn Hall. O irlandês já havia barrado o número 5 do mundo no ano passado, Michel Bourez, do Taiti, na quarta-feira e repetiu a dose contra o atual campeão mundial. Assim como Slater e Parkinson, Medina não achou boas ondas para mostrar tudo o que sabe e chegou até a ser penalizado com uma “interferência” após se chocar com Glenn Hall, passando a computar apenas uma onda contra duas do adversário. Não fosse isso, Medina teria vencido o confronto, mas o resultado foi encerrado com vitória do irlandês por 14,23 a 7,50 pontos. Aliás, dos seis melhores do mundo em 2014, apenas o vice-campeão Mick Fanning avançou para a quarta fase.

Depois da derrota de Gabriel Medina, mais dois brasileiros se classificaram com grandes apresentações. Adriano de Souza não teve qualquer dificuldade para despachar o havaiano Fredrick Patacchia, que praticamente não surfou nenhuma onda na bateria e a única que pegou acabou parando nas pedras de Snapper Rocks. E Filipe Toledo bateu todos os recordes do Quiksilver Pro Gold Coast em sua primeira atuação na quinta-feira contra Kolohe Andino. Após o encerramento da terceira fase, foi iniciada a primeira rodada classificatória para as quartas de final com uma bateria 100% brasileira em plena Austrália.

BATERIA BRASILEIRA – Esta quarta fase não era eliminatória e Miguel Pupo pegou as melhores ondas que entraram para superar os dois novatos do Brasil na elite do WCT 2015. A vitória foi com duas notas na casa dos 8 pontos que totalizaram 17,23, contra 13,47 do também paulista Wiggolly Dantas e 13,37 do potiguar Italo Ferreira. Depois, Wiggolly aproveitou a segunda chance de classificação para as quartas de final despachando o algoz de Gabriel Medina, Glenn Hall, por uma larga vantagem de 17,34 a 13,33 pontos e vai voltar a enfrentar Miguel Pupo na abertura das quartas de final. Já Italo Ferreira acabou eliminado na quinta fase por menos de meio ponto pelo veterano australiano Taj Burrow no placar de 15,73 a 15,50 pontos.

Quem também teve que seguir o caminho da repescagem foi Adriano de Souza, que perdeu no desempate para Mick Fanning na melhor bateria da quarta fase. Os dois brigaram pela ponta onda a onda e a série que entrou nos minutos finais foi decisiva. O australiano pegou a onda da frente e aumentou a vantagem para 8,34 pontos sobre Mineirinho, que veio na de trás e acertou uma série de três manobras explosivas executadas com pressão e velocidade para buscar a virada, mas a média da nota ficou em 8,33. O placar então terminou empatado em 16,50 pontos e o vencedor foi definido pela maior nota, com a 8,67 da primeira onda de Mick Fanning lhe garantindo a vitória e o também australiano Bede Durbidge ficando em último.

Com isso, Adriano de Souza teve que voltar ao mar para disputar a quinta fase e ele voltou a brilhar nas direitas de Snapper Rocks com o seu ataque variando as manobras para não dar qualquer possibilidade de reação para o imprevisível Matt Wilkinson. Mineirinho conseguiu construir uma sólida vantagem inicial e controlou toda a bateria, apesar das investidas do australiano que chegou a encostar no placar encerrado em 16,94 a 16,07 pontos. Com a vitória, Adriano festejou a última classificação verde-amarela da quinta-feira e agora vai tentar a revanche contra Mick Fanning na terceira quarta de final para seguir na busca do título no Quiksilver Pro Gold Coast.

“Estou muito feliz por estar nas quartas de final mais uma vez deste evento”, disse Adriano de Souza. “Esta já é minha décima temporada aqui e desta vez é mais especial porque estou contando com a força do Ricardinho dos Santos (assassinado em 20 de janeiro deste ano), que era como um irmão pra mim e está lá em cima no céu passando uma energia positiva não só para mim, como para todos os brasileiros certamente, porque ele era um grande amigo de todos nós”.

BRASIL NO WCT FEMININO – Se Adriano de Souza vai enfrentar o tricampeão mundial pela segunda vez em Snapper Rocks, no WCT feminino a cearense Silvana Lima terá que encarar a hexacampeã Stephanie Gilmore pela terceira vez neste seu retorno à elite das top-17 do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. A brasileira ganhou dela na primeira fase com o maior placar das meninas no Roxy Pro Gold Coast, 18,16 pontos. A australiana deu o troco na quarta fase, mas Silvana foi para a repescagem tirar a única nota 10 do ano no WCT com um aéreo reverse perfeito para voltar a enfrentar a defensora do título mundial, também na terceira quarta de final como Mineirinho.

O Quiksilver Pro Gold Coast e o Roxy Pro Gold Coast terminam nesta sexta-feira em Snapper Rocks, em Coolangata, Queensland, com as duas competições sendo transmitidas ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e também pela Fox Sports na Austrália. Os vencedores largam na frente na corrida dos títulos mundiais com 10.000 pontos no primeiro ranking do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour em 2015.

PREVISÃO GOLD COAST

TRANSMISSÃO AO VIVO

QUARTAS DE FINAL DO QUIKSILVER PRO GOLD COAST – 5.o lugar com 5.200 pontos:

1.a: Miguel Pupo (BRA) x Wiggolly Dantas (BRA)

2.a: Taj Burrow (AUS) x Julian Wilson (AUS)

3.a: Mick Fanning (AUS) x Adriano de Souza (BRA)

4.a: Filipe Toledo (BRA) x Bede Durbidge (AUS)

QUARTAS DE FINAL DO ROXY PRO GOLD COAST – 5.o lugar com 5.200 pontos:

1.a: Malia Manuel (HAV) x Tatiana Weston-Webb (HAV)

2.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Silvana Lima (BRA)

3.a: Tyler Wright (AUS) x Courtney Conlogue (EUA)

4.a: Carissa Moore (HAV) x Lakey Peterson (EUA)

RESULTADOS DO QUIKSILVER PRO GOLD COAST NA QUINTA-FEIRA EM SNAPPER ROCKS:

QUINTA FASE – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar com 4.000 pontos:

1.a: Wiggolly Dantas (BRA) 17.34 x 13.33 Glenn Hall (IRL)

2.a: Taj Burrow (AUS) 15.73 x 15.50 Italo Ferreira (BRA)

3.a: Adriano de Souza (BRA) 16.94 x 16.07 Matt Wilkinson (AUS)

4.a: Bede Durbidge (AUS) 15.83 x 11.83 Jordy Smith (AFR)

QUARTA FASE CLASSIFICATÓRIA – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:

1.a: 1-Miguel Pupo (BRA)=17.23, 2-Wiggolly Dantas (BRA)=13.47, 3-Italo Ferreira (BRA)=13.37

2.a: 1-Julian Wilson (AUS)=15.73, 2-Taj Burrow (AUS)=11.13, 3-Glenn Hall (IRL)=10.50

3.a: 1-Mick Fanning (AUS)=16.50(8.67), 2-Adriano de Souza (BRA)=16.50(8.33), 3-Bede Durbidge (AUS)=14.50

4.a: 1-Filipe Toledo (BRA)=17.83, 2-Jordy Smith (AFR)=16.57, 3-Matt Wilkinson (AUS)=12.23

TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase / Derrota=13.o lugar com US$ 10.500 e 1.750 pontos:

1.a: Italo Ferreira (BRA) 13.00 x 8.77 Kelly Slater (EUA)

2.a: Miguel Pupo (BRA) 13.67 x 13.20 Josh Kerr (AUS)

3.a: Wiggolly Dantas (BRA) 15.77 x 9.93 Joel Parkinson (AUS)

4.a: Taj Burrow (AUS) 16.60 x 11.90 Sebastian Zietz (HAV)

5.a: Julian Wilson (AUS) 10.43 x 8.94 Nat Young (EUA)

6.a: Glenn Hall (IRL) 14.23 x 7.50 Gabriel Medina (BRA)

7.a: Mick Fanning (AUS) 17.56 x 15.00 Dusty Payne (HAV)

8.a: Bede Durbidge (AUS) 15.90 x 14.44 Owen Wright (AUS)

9.a: Adriano de Souza (BRA) 14.76 x 1.13 Fredrick Patacchia (HAV)

10: Jordy Smith (AFR) 14.67 x 13.90 Matt Banting (AUS)

11: Filipe Toledo (BRA) 18.50 x 15.74 Kolohe Andino (EUA)

12: Matt Wilkinson (AUS) 17.83 x 16.13 John John Florence (HAV)