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Santos - São Paulo - Brasil

Quando a prancha vira caderno e a praia, a sala de aula

Wellido Teles

Exclusivo no Brasil, curso de Pós-Graduação em Esportes de Prancha oferecido em Santos/SP se consolida e parte para início de sua 5ª turma. Aulas teóricas e práticas são realizadas em um final de semana por mês .

Nos últimos anos, os esportes praticados com prancha têm aumentado significativamente sua popularidade e aceitação no Brasil e em todo o mundo. De forma gradativa, eles vêm conseguindo a elevação no número de praticantes e adeptos, basta notar a quantidade de eventos e negócios gerados pelo segmento.

O interesse que orbita sobre os esportes de prancha, puxado principalmente pela força do surf e skate, possibilitou uma crescente demanda no mercado do setor. Oportunidades das mais diversas são criadas e muitas pessoas aproveitam o fenômeno para seguir caminho no ramo.

Por ser ainda um cenário promissor, caracterizado pela oferta maior que a procura, o segmento ainda carece de pessoas com habilidades específicas e conhecimentos técnicos para atuar. Desta forma, fica a pergunta: existe uma formação acadêmica para quem deseja enveredar na carreira profissional em modalidades como surf, skate, windsurfing, snowboarding, entre tantas outras?

Por incrível que pareça, a resposta é sim. Exclusivo no Brasil, o curso de pós-graduação de Ciências Aplicadas aos Esportes de Prancha, oferecido pelo Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE), na cidade de Santos, no litoral paulista, tem como foco principal oferecer capacitação para este público, destacando aspectos históricos, pedagógicos, fisiológicos, tecnológicos, administrativos e metodológicos ligados ao tema, para o trabalho com atletas, praticantes regulares e iniciantes.

"Mais do que isso, também procuramos fazer com que os estudantes compreendam sob uma nova ótica a dinâmica envolvida no atual mercado de trabalho e consumo", destaca o professor Flávio Ascânio, coordenador do curso.

"O que oferecemos é totalmente novo. Existe algo semelhante apenas na Austrália e Nova Zelândia. Porém, no País fomos os primeiros a promover esta iniciativa", completa.

Segundo Ascânio, a existência desta opção voltada aos esportes de prancha pode ajudar muito na formação de profissionais para trabalhar em diversos setores vinculados ao surfe, bodyboarding, skate, windsurfing, snowboarding, kiteboarding, wakeboarding e sandboarding. "Este é o objetivo. São vários os exemplos de empresas e projetos que não obtiveram sucesso por falta de formação adequada dos envolvidos diretamente no processo, mesmo sendo eles profundos conhecedores dos aspectos práticos destes esportes", explica.

Professora de Educação Física em uma escola de Mongaguá (SP), Daniela Quintino Schimidt é uma das estudantes que se interessaram pelo curso e, hoje, se diz satisfeita com a experiência.

"Os docentes sabem passar muito bem todos os conceitos e experiência de mercado. Tenho uma escolinha de surfe, trabalho diretamente no setor, e por isso busquei nesse curso o meu desenvolvimento como profissional. Estou aprimorando as técnicas, tratamento com os alunos, administração da escola, enfim, tudo o que abrange a minha profissão. Eu aplico dia-a-dia tudo o que aprendo", esclarece Daniela.

Curso se destaca pela abrangência - Apesar de ser inovador e, por que não dizer, inusitado, o curso de Pós em Esportes de Prancha disponibilizado pela Unimonte foi muito bem aceito e, hoje, está totalmente consolidado. Existe desde 2002 e no ano que vem dará início a sua 5ª turma, com duração de três semestres (18 meses). Mas engana-se quem pensa que as aulas são apenas teóricas. As atividades práticas também recebem atenção especial (ver fotos).

A carga horária do curso é de 360 horas e reúne disciplinas que abordam assuntos como a evolução histórica dos esportes de prancha, implantação e gerenciamento de escolas especializadas, primeiros socorros, resgate aquático, formação e métodos de previsão de ondas, manufatura de pranchas de surfe, entre muitos outros. Destacam-se ainda aulas a respeito de fisiologia do exercício, treinamento físico e mental, nutrição, desenvolvimento sustentável, marketing, biologia e oceanografia, além de aspectos jurídicos e sociais. "O curso é bem amplo, abrangente", resume Ascânio.

Além disso, graças ao formato de aulas em um final de semana por mês, muitos interessados de lugares distantes da Baixada Santista podem se matricular e ingressar no curso. Tanto que em 2006 houve a presença de alunos de cidades como São Sebastião, Ubatuba, e até de outros Estados, como Paraná e Minas Gerais.

Inscrições e facilidade de pagamento - As inscrições para o curso podem ser feitas até o final de fevereiro ou enquanto as 40 vagas disponíveis não forem preenchidas. É preciso já ter formação superior (3º grau completo). Matriculados até 31 de janeiro têm 20% de desconto na primeira parcela. Os interessados devem comparecer na secretaria do Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa da Unimonte, situada no piso térreo do Campus Victorio Lanza (Av. Senador Feijó, 421, Vila Mathias).

Para quem busca facilidade para pagar os estudos, a Unimonte, por meio de convênio com três bancos, oferece a opção de financiamento em até 36 vezes pela Caixa Econômica Federal, Santander ou Real. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3228-2008 ou site http://unipran.unimonte.br.

Festival recebe mesa redonda sobre o surf no Ensino Superior - Confirmando o aumento de interesse por opções de estudos voltados aos esportes de prancha, o Festival da Cultura Surf, que será realizado no Quebra-Mar, na cidade de Santos/SP, terá um espaço exclusivo para a discussão de idéias sobre o tema.

No dia 28 de janeiro, às 17 horas, o lounge da tenda principal do evento receberá a mesa redonda 'O Surfe na Onda do Ensino Superior', que contará com mediação do professor Flávio Ascânio, o mesmo que coordena o curso de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas aos Esportes de Prancha na Unimonte.

"Será uma boa oportunidade para reunirmos os docentes surfistas, ou surfistas docentes, para contar suas experiências no Ensino Superior e apontar as facilidades e dificuldades em colocar o surfe no ambiente acadêmico. Falaremos do passado, presente e futuro da modalidade no Ensino Superior, tudo de uma forma informal, simples, relax e no mais puro estilo do surfe, sem estresse", conta Ascânio.

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