Projeto Atribui Bolsas a Surfistas para Procurarem Ondas Grandes em Portugal
Os mais consagrados surfistas de ondas grandes em Portugal vão, ao longo de 2014, explorar e identificar novas ondas e picos de surf nos Açores, patrocinados pelo projeto «EDP Mar Sem Fim»
07/Mar/2014 - Diário Digital/Lusa - PortugalDe acordo com o diretor geral do projeto, Mário Almeida, o «EDP Mar Sem Fim» visa desenvolver o surf de ondas grandes em Portugal, trabalhando em três vertentes.
A primeira é a de promover «missões de exploração», para que os surfistas possam descobrir e cartografar locais com potencial (os alvos deste ano são os Açores), a segunda é a atribuição de bolsas para a conquista de prêmios para as maiores ondas surfadas e a terceira a criação de uma plataforma de divulgação dos surfistas e das ondas grandes em Portugal.
Na primeira vertente do projeto, a exploração e cartografia de novas ondas grandes, já se realizou em janeiro e fevereiro uma «missão de reconhecimento» nos Açores, com a participação dos surfistas Joana Andrade (a única portuguesa surfista de ondas grandes), o brasileiro Eric Rebiere (que também faz resgate a surfistas de jetskis em Nazaré), Diogo Medeiros e João de Macedo (o mais consagrado surfista português de ondas grandes).
«Em 2014 escolhemos para quartel-general as nove ilhas dos Açores, que fazem parte do imaginário de todos os surfistas, apanhadas pelas tempestades criadas no Norte do Atlântico. Acreditamos que os Açores serão a última fronteira do surf e que têm um grande potencial para quebra de recordes e muitas ondas por explorar», considerou Mário Almeida na apresentação do projeto, no Museu da Eletricidade, em Lisboa.
Ao longo de dez dias (de 20 de janeiro a 05 de fevereiro) os surfistas envolvidos na primeira missão fizeram o reconhecimento e voltaram com expectativas elevadas.
«Identificamos já dois locais muito bons, o Baixo da Vilanova e o Baixo da Ribeira Grande, com um potencial muito grande porque o fundo lá é pedra, não de areia. A maior dificuldade da Nazaré, que é areia, é saber onde a onda vai quebrar», contou à agência Lusa Eric Rebiere.
Nos Açores, acrescentou, «a onda quebra no meio do mar, limpa, grande, e o resgate [com o jetski] fica muito melhor», o que abre caminho para que os surfistas possam quebrar recordes.
Após a missão de reconhecimento, está agendada uma primeira viagem de exploração de sete dias a São Miguel, Terceira e Santa Maria para o final de março e início de abril, estando ainda por confirmar missões no verão e no outono.
Já fazem parte do projeto, além dos surfistas que participaram no primeiro reconhecimento, nomes como Nic Von Rupp, Ruben Gonzalez, Pedro Monteiro ou Alexandre Botelho.
Mas a organização afirma que a ideia é que, no futuro, «qualquer surfista possa apresentar os seus projetos pessoais e com o dinheiro das bolsas possa ou descobrir ondas novas que nunca foram surfadas ou tentar quebrar o recorde da maior onda surfada».
Além das missões de exploração, o EDP Mar Sem Fim de 2014 vai atribuir 8.000 euros em bolsas e prêmios: 2.500 euros para a quebra de recordes ou de nomeações para prêmios, uma bolsa de igual valor para a descoberta de novas ondas nunca surfadas e uma bolsa de 1.000 euros para surfistas com menos de 21 anos.
Por último, o projeto atribui um prêmio de 2.000 euros [recorrendo a votação do público] para o surfista português que mais se tenha destacado ao longo da temporada no surf de ondas grandes.
Reportagem reproduzida do site do Diário Digital