Piratas do Oeste Africano

9 horas da manhã, quarta-feira, em plena labuta, decido checar meu email e vejo uma mensagem do nosso fotógrafo Sidnei Machado, informando que havia descobrido um local perfeito para uma Surftrip às antigas

23/Dez/2011 - Italo Emidio - Cabo Verde

Uma ilha desconhecida na qual morava apenas um surfista, e que o havia convidado para uma semana em sua casa na costa oeste africana.

Naquele momento surgiram em minha mente diversas imagens dos filmes que assistira na infância onde piratas escondiam tesouros em praias lindas e recheadas de coqueiros, em ilhas praticamente secretas.

Após alguns momentos de devaneio, retornei ao meu escritório e à pilha de papéis à minha frente, mas antes de encarar o dia a dia duro, respondi ao email dizendo . . .

QUANDO PARTIMOS?

Definimos o nome do nosso destino de Ilha Mágica, principalmente depois de ver umas imagens das ondas por lá. Nossa trip levaria uma semana pois estaríamos próximos ao ao Natal e não poderíamos estender mais.

Tudo combinado e o grupo fechado em 4 amigos e o nosso fotógrafo. Restava apenas aguentar a ansiedade até o dia do embarque, mas finalmente embarcamos ao nosso destino - a tão desejada Ilha Mágica.

Ficamos numa espécie de GuestHouse, melhor entitulado como Surf-house, pois o cara abre sua casa para seus amigos e amigos de amigos irem surfar na ilha. É interessante e novo pra mim, apesar de ter apreciado muito o formato, pois nos sentimos como estivéssemos na casa de um amigo que reside longe e fomos visita-lo. São apenas ele e a mulher numa casa deliciosa, rica em detalhes africanos, com uma comida deliciosa e um ambiente extraordinário.

Como na ilha os picos ficam espalhados, ele nos guiava e nos levava ao picos que melhor quebravam mediante às condições de vento e direção do swell. Sem ele, ficariamos os 7 dias rodando atrás das ondas sem as encontrar.

Após alguns minutos numa estrada exuberante, cercada por um lado de montanhas altíssimas e por outro pelo Oceano atlântico com um azul que eu nunca tinha visto, chegamos a uma estradinha de terra, que mais indicava dar ao fim do mundo, porém o final foi uma onda fantástica e super longa, com varias sessões quebrando sob um desfiladeiro de uma beleza esplêndida. Eu poderia ficar olhando àquela onda por horas e admirando aquela cena, que de certa forma, retratava os tempos de piratas, porém havíamos acabado de encontrar nosso tesouro.