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Philippe Mettout - Um homem numa missão. (parte 2)

06/Set/2007 - Kleber Batinga - Hawaii - Estados Unidos

O francês Philippe Mettout é uma usina de novas idéias e de sonhos para o futuro do nosso universo Surf. Aqui ele continua a contar a sua história de de suas aventuras e como ele fundou a Planet Surf no Hawaii...

Eu fui a Bali em 86, havia somente 2 surf shops lá, com um único par de pranchas velhas, e de t'shirts e sombreiros. Assim eu comecei trazer todas as pranchas de Havaí que eu conseguia comprar em minha loja, colocava para vender em consignação, o meu amigo o proprietário, começava pagando 5 %. Eu estava trazendo acima das 13 pranchas de cada vez.

Os caras que faziam sob encomenda estavam tropeçando. Então, os caras do Hui de Bali começaram a ficar chateados porque alguns locais não faziam nenhum dinheiro em meu negócio, assim tentaram me assustar um pouco, mas não atrapalharam, assim começaram a trazer turistas para comprar as novas pranchas.

Nesse meio tempo eu comecei a fazer algumas cremalheiras de metal para as bicicletas, das amostras eu comprei na cidade e no país por 40 dólares. Era realmente perigoso montar as bicicletas de motor ao ulus com os boardbags que penduram a prancha no lado, e deixavam de funcionar por muitas vezes. Assim eu comecei vender as cremalheiras às companhias de aluguel de bicicletas, agora elas todos as têm, eles fazem seus próprios.

Eu comecei também vender o material de Bali no Swap meet, para quem não conhece a feira que fica ao no anel externo do Aloha Stadium. Eu estava fazendo isso sozinho, e a galera de todos os quatro cantos do planeta estava gostando dos meus sarongs. Consideravelmente logo, num curto espaço de tempo os outros vendedores vieram a minha cabine, de dois tetos no térreo, querendo saber porque todo mundo comprava de mim.

Assim iniciei a fazer a minha venda por atacado do material em grandes quantidades e foi aí que parei com a venda a retalho e comecei a importar e vender por atacado. Eu trouxe os primeiros sarongs, eles eram de cores realmente feias, escuras, triângulos, quadrados, duros de vender.

Assim eu fui ao mercado de telas no Ala Moana, e comprei muitas das amostras de telas havaianas para a fábrica em Bali: Hibiscos, plumerias, todas com o estilo havaiano.

Eu era um sucesso, tanto assim que as outras fábricas de tela enviaram pessoas para ver a minha fábrica e assim vender muito para mim, e logo logo, em todas as lojas em Kuta, tanto que eles começaram a fazer demasiado sarongs com motivos florais. Com esse negócio, eu reinvesti tudo na Planet Surf. Fui começando na China, Japão e Formosa que procuravam os produtos de Bali, pois não os tinham.

A Indonésia é boa para produtos feitos à mão ou roupa. Nenhuma máquina, exceto máquinas sewing da Singer da segunda guerra mundial. A China têm máquinas grandes, e todos os plásticos no mundo.

Eu tive 13 lojas, hoje tenho quatro, duas no Japão, uma em Bali, e uma outra em Haleiwa, North Shore Hawaii.

Eu estou cheio de muitas idéias novas, para mim o mundo do surf ainda dorme com tudo que o surf tem e pode oferecer, e isso que eu estou falando é apenas o começo do começo de tudo o que nós podemos fazer com as novas tecnologias.

Eu costumava ir pegar ondas grandes sozinho em meu Seadoo de 84 cavalos e 780 c.c, no out side de Log Cabins em 15 a 20 pés de onda que era o meu tamanho favorito.

Nas manhãs sem nenhum vento, surfava muitas ondas grandes e perfeitas, longas esquerdas e direitas num espaço de aproximadamente 2 milhas de extensão, em toda parte.

Era como montar uma motocicleta na água. Eu costumava fazer competições de Motocross na França, isso me lembra de uma encruzilhada que tive entre Surfing e Motocross em uma determinada época.

Penso que andar de jet-ski naquelas ondas enormes foi o melhor que eu já tive na água para sempre. Para mim isso bate qualquer tipo de reboque ou paddle surfing.

Eu estou cheio de muitas idéias novas, para mim o mundo do surf ainda dorme com tudo que o surf tem e pode oferecer, e isso que eu estou falando é apenas o começo do começo de tudo o que nós podemos fazer com as novas tecnologias.

Como nós poderíamos integrá-las todas junto? Com o Surf, o Tow In Surf e mais Padlle Surf e Stand Up Padlle Surf. Nós estamos nos movendo lentamente e de forma muito pequena, mas como nós vamos colocar toda essa galera no mesmo espaço, para surfar com segurança em uma onda???

Gosto e penso muito em Molokai, onde eu possuo 21 lotes de 100 metros na praia do lado ocidental norte. E eu estou pronto para fazer o restante dos meus planos assim que eu vender a casa e o negócio.

Eu estou tentando montar agora uma companhia nova com o Ace Cool, fazer algum tipo de corrida na água, tipo uma Naskar do Surf, a NASKI. Surfando as melhores ondas grandes, rasgando nelas com os jetskis, os melhores pilotos, os melhores jetskis, fazendo o seu melhor. Dando suporte as saídas dos caldos, assim podemos segurar mais nos tubos, Jetskis com motores elétricos poluindo menos, máquinas a motor com combustível derivado do petróleo que são o sonho de vida e o amor dos americanos, seriam banidas da água.

Nós estamos fazendo petições aos atuais fabricantes do Jetskis para o patrocínio e dinheiro para a pesquisa e o desenvolvimento.

Eu estou trabalhando também com as fábricas chinesas nas placas plásticas feitas de plásticos reciclados. Talvez no Brasil pudéssemos fazer algo com os biocombustíveis, eu ouvi dizer que é possível.

Sobre amigos brasileiros e amigos havaianos,

Fiz muitos amigos, pois tive uma loja na esquina do Foodland por 13 anos. Eu conheço alguns povos no mundo e um monte de surfistas, gosto de muitos, talvez não goste de todos eles, mas eu tenho o maior respeito pela grande maioria deles.

Como, para o que, você começou a Planet Surf e a origem da marca?

A primeira loja que eu tive em Waikiki, era uma sociedade com um cara francês mais velho que eu e não surfava, vendíamos snorkels, uns morey boogies, e tínhamos uma loja de aluguel de pranchas, com algumas pranchas usadas, e algum material de Bali. Era chamado de Titou´s Rental, ou o aluguel do Titou, o apelido de meu sócio. Mas eu mudei o nome para Planet Surf. Eu quis um logotipo que dissesse tudo sobre o surf, o Hawaii e o mundo.

Planet Surf ou o surf do planeta, assim para ser compreendido em toda parte, identificado por tudo e por todos. A bandeira havaiana para o respeito, a imagem do surfista fazendo a cavada é a imagem de meu comprometimento com tudo que eu me proponho a fazer na vida. Quando você está surfando nesta posição na onda não tem volta, é para frente. Na vida assim como quando você surfa, tem momentos em que não tem mais como voltar atrás, como quando você dropa o grande drop que a vida realmente é, bottomless... Costa Norte Hawaii, porque essas são as ondas e as palavras mágicas, o mantra, a senha, a Mecca. O logo perfeito, etc., etc., etc.

Para finalizar, deixe uma mensagem para cada um e uma mensagem para todos,

Apesar de O Surf ser quase tudo nas nossas vidas, existem muitas outras coisas que também valem à pena. É preciso sair da caixa um pouco e olhar para fora. Se o surf nos toma todo o nosso tempo e isso acontece com freqüência. Aí é onde mora o perigo, pois nesse momento algumas pessoas tendem a negligenciar coisas importantes. Como a segurança, escola, família, trabalho, amigos, deixando de compartilhar o verdadeiro espírito do Aloha, que é algo muito sublime.

Abraços para todos and keep Surfing

Aloha

Philippe & Planet Surf

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