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Brasil

O tamanho da responsabilidade do surf com a poluição do meio ambiente

Aline Nicola

Praticar esportes e admirar a natureza vai muito além do prazer ao corpo e da beleza aos olhos.

Não gostaria, mas já vou começar dizendo que o surf não é dos esportes mais sustentáveis.

Por quê?!

Vamos começar falando dos equipamentos e acessórios que usamos no surf e materiais geralmente utilizados:

- Prancha;

- Parafina;

- Leash;

- Quilhas,

- Roupa de borracha.

PRANCHA

Para falar de forma prática e objetiva, as pranchas são compostas basicamente de poliuretano ou poliestireno (que são tipos de plástico), fibra de vidro e resina.

O poliuretano em si não é um material tóxico. Entretanto, no processo de fabricação da prancha, muitos gases nocivos são liberados – tanto para o meio ambiente quanto para nós - e o descarte irregular prejudica todo o meio ambiente em função dos materiais não renováveis.

Foto: Jason Childs @childsphotos - Fonte: https://i-d.vice.com/en/article/ne55gd/parley-for-the-oceans

PARAFINA

A matéria prima da parafina convencional é o petróleo.

Isso significa que ao utilizarmos essas parafinas, os resíduos que são liberados com o simples contato com o mar poluem e afetam o ecossistema marinho.

Hoje em dia temos opções de parafinas ecológicas feitas com cera de abelha, óleo de coco e cera vegetal. É uma excelente opção de troca!

Foto de Jess Loiterton no Pexels

LEASH

Feito com Neoprene, velcro e TPU, materiais de difícil decomposição.

TPU é a abreviação de “Termoplástico de Poliuretano”.

QUILHAS

Podem ser de plástico (petróleo), fibra de vidro e carbono. Porém, no processo de fabricação costuma-se utilizar resinas que são nocivas ao meio ambiente e à saúde.

ROUPAS DE BORRACHA

As roupas de borracha são fabricadas principalmente com Neoprene – borracha sintética.

Isso significa dizer que se trata de um produto com alto índice poluente (lembrando que o neoprene está presente na composição de uma infinidade de produtos: roupas, sapatos, acessórios e etc).

Por se tratar de uma borracha sintética, o meoprene é um dos maiores vilões quando se fala em decomposição, pois o tempo de decomposição desse material ainda é INDETERMINADO. Alguns estudos apontam para aproximadamente 600 anos, mas é inconclusivo.

Foto de Kindel Media no Pexels

CAMINHO PARA A CONSCIENTIZAÇÃO

Para o momento de conscientização e reflexão do impacto que nossas ações possuem no meio ambiente e nos oceanos, não é necessário que aprofundemos o assunto a níveis técnicos.  Se formos capazes de entender o impacto do descarte inadequado desses materiais, já podemos tomar algumas atitudes conscientes.

Se o consumo desses produtos/materiais é necessário para o dia a dia e não sendo possível substituir por opções mais naturais (às vezes por dificuldade em encontrar essas opções ou por questão financeira – por serem possivelmente mais caros ou por serem menos resistentes e por isso ser necessário comprar com mais frequência), é de extrema importância que procuremos locais que fazem a coleta e descarte ou reciclagem desses materiais de forma adequada.

Assim como o plástico, é possível fazer a reciclagem da borracha através do reaproveitamento em novos produtos. No entanto, o descarte da borracha de forma incorreta IMPEDE o tratamento adequado do material, causando a contaminação em aterros sanitários criados para gerenciamento de rejeitos e orgânicos.

Existem opções ecológicas, inclusive de pranchas e roupas de borracha. Mas, como dito anteriormente, na impossibilidade de adquirir essas versões, procure locais/empresas que fazem o descarte e/ou reaproveitamento do plástico, borracha e descartem o restante de forma segura para o planeta.

A boa notícia é que existe no mundo (e no Brasil!) marcas que produzem roupas com material reciclado e roupas de borracha produzidas com YULEX® – tecido sustentável – que no lugar da borracha sintética, utiliza borracha natural (extração de látex). O fato da borracha natural (YULEX®) vir de árvores e não de fábricas, permite uma redução de até 80% da emissão de CO² em sua produção (além de todos os resíduos serem 100% orgânicos).

Por fim e relembrando: ao descartar sua prancha e seus acessórios de surf (e todos os outros de difícil decomposição), procure por pessoas ou locais que façam o tratamento correto.

Eu, você e o mundo seremos beneficiados com essas ações! ALOHA!

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Links/Fontes de pesquisadas:

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Aline Nicola é advogada, crossfiteira mas que sempre amou o mar. Depois de muitos anos afastada, voltou e se conectou de uma maneira inexplicavelmente mágica. Iniciando no surf, explorando histórias, aprendendo e compartilhando todo aprendizado – dentro e fora da água!

Instagram: @alinenicola

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