Lucas Vicente fala da conquista no mundial júnior da WSL
O Brasil segue “fabricando” e espalhando campeões pelo mundo. Na madrugada desta sexta-feira (29), foi a vez do catarinense Lucas Vicente garantir o título mundial júnior (sub18) da World Surf League (WSL), em Jinzun Harbor, Taiwan.
04/Dez/2019 - Fábio Maradei - Taitung - TaiwanComo um roteiro de filme, de um menino que teve sua família dedicada à sua carreira até chegar ao topo, o final não poderia ser melhor, com o sonho de criança se realizando.
Ainda em êxtase com a conquista no outro lado do planeta, que já teve outros protagonistas como Adriano de Souza e Gabriel Medina entre outros ícones, Lucas falou da emoção. “Estou me sentindo bem, feliz, com sentimento de dever cumprido. Esse era meu objetivo esse ano e estou muito contente de ter alcançado. Na verdade, ainda nem caiu a ficha. Estou tentando absorver tudo isso”, vibrou o surfista patrocinado pela Billabong e que tem os apoios de óculos HB, Snap Surfboards, Banana Wax, Bolsa Atleta e GT Nutrition.
Transmissão webcast
2ª parte
“Esse título representa muito. É a conquista de um sonho, não só meu, mas da minha família, da minha equipe, de todos os meus patrocinadores, e, com certeza, agrega muito para o meu futuro. É uma conquista que não é todo mundo que tem e a maioria que conseguiu está lá no topo hoje”, vibrou o surfista de 18 anos, que aprendeu a surfar aos três anos com o pai, Joao Carlos Alexandre, que até hoje é seu técnico, junto com Kleber Cavalcanti.
O talento da Praia da Joaquina superou na final o norte-americano Kade Matson, que já brilhou no Brasil com o título do Grom Search em 2017 e é considerado uma das grandes apostas para o futuro. Em ondas de até dois metros e com um placar apertado, definido por uma diferença mínima – 17,56 a 17,40, o título foi comemorado na última onda, com um 8,93, depois de um aéreo e uma batida.
“Ele (Kade) estava surfando muito, começou bem forte a bateria, fez um oito (8,33) e um nove (9,07) muito rápido e ficou colado em mim. Eu fiz um 6,33 e um 8,63, faltando uns 17 minutos para acabar, entrei para o jogo de novo. Depois, peguei a onda da vitória (8,93) com um aéreo e outra batida. Estou muito contente com o meu surf, minha performance e com o resultado”, contou o atleta.
Fã de Adriano de Souza, Lucas se inspira no surf de Italo de Souza e Filipe Toledo. Desde os cinco anos é competidor e desde essa época, já sonhava em seguir carreira como surfista. “Meu pai surfa e sempre me levava para praia e me influenciou muito. Decidi ser surfista profissional ainda bem novo, quando comecei a ganhar campeonatos, vi que tinha potencial para chegar lá”, falou.
“Quem mais me incentivou foi o meu pai, hoje meu técnico junto com o Kleber. Meus pais sempre fizeram tudo por mim. Deixaram de comprar coisas para eles, para a casa, para poder me mandar nos campeonatos”, agradeceu o novo campeão mundial júnior, também lembrando a mãe, Andrea Alexandre.
Bem centrado e já demonstrando alto nível de profissionalismo, Lucas ainda comemora, mas já planeja os próximos passos num futuro bem próximo. “Agora é manter os treinos, a dedicação, foco, evoluir o surf e continuar trabalhando. Não é porque conquistei o título que vai mudar. Agora mais ainda tem de trabalhar”, disse.
“Estou começando a pensar em 2020. Vai ser um ano bem longo. Quero dar meu melhor. Com esse título, consigo a vaga para o Challenge Series, então é entrar de cabeça, ir com tudo, ser o melhor possível e, se Deus quiser, ficar entre os 10 primeiros para ingressar no CT 2021”, revelou o surfista, que este ano também foi vice-campeão sul-americano profissional pela WSL (por apenas 10 pontos) e também no ranking júnior WSL e entre outras conquistas, tem o Rip Curl Grom Search 2017, como amador.
PING PONG:
Posicionamento na prancha: Goofy.
Pico favorito para surfar: Joaquina, onde eu mais surfo, mais treino e onde aprendi a surfar.
Melhor onda que já surfou: Mentawai.
Viagem dos sonhos que quer fazer: Austrália, um lugar que quero muito conhecer e onde vou receber o caneco do título mundial.
Viagem dos sonhos que já fez: Havaí, em 2015. Treinava todo dia com Yago Dora e Adriano de Souza e tive a oportunidade de ver de perto o Adriano ser campeão mundial.
Se não fosse surfista: Nunca pensei nessa hipótese. Sempre quis ser surfista.
Outro esporte que gosta: Assisto futebol de vez em quando e andava de skate.
Comida: strogonoff que meu pai faz.
Bebida: suco de laranja, de abacaxi e de açaí.
Som: rap e antes da bateria sempre escuto gospel.
Ídolo no surf: Tenho admiração pelo Adriano de Souza, por tudo que fez. E com certeza, Ricardo dos Santos, que vai estar sempre no meu coração.
Ídolo no esporte em geral: Ayrton Senna. Lewis Hamilton, Mike Tyson e Anderson Silva
Ídolo na vida: meus pais, que sempre fizeram tudo por mim e deixaram de comprar coisas para eles, para casa, para poder me mandar nos campeonatos.
Sonho: entrar no CT, viver do surf, ser campeão mundial e ser feliz surfando pelo Mundo.
O que é Família para você: é a base de tudo, com certeza sem ela não seria nada. Eles que me ajudam e me apoiam.
Championship Tour: onde quero estar e ficar por muitos anos e ser um dos melhores.