O estudante Rafael dos Santos Silva, 16 anos que desapareceu na Praia de Boa Viagem, no dia 23 de setembro é apontado como vítima de "animal marinho de grande porte". A informação está em um laudo encaminhado ontem à tarde ao Comitê Estadual de Monitoramento dos Incidentes com Tubarões (Cemit).

O acidente ocorreu na frente do Edifício El Greco, Rafael estava acompanhado de um amigo Leon Henrique Barreto de Menezes, que também morreu. O laudo relativo a Leon no entanto, apontou morte por afogamento. A suspeita de ataque partiu do tio de Rafael, Josenildo José da Silva, que liberou o corpo do rapaz no IML e viu marcas de mordida, Rafael também estava sem um braço.

A penúltima morte confirmada pelo IML, foi a de Tiago José de Oliveira da Silva, 18 anos, que desapareceu no dia 26 de agosto, em Enseada dos Corais, Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife e foi encontrado dois dias depois na praia vizinha de Itapuama ( leia aqui a reportagem ).

Desde 1992 quando começaram as estatísticas oficiais, foram contabilizados 55 ataques com 22 mortes.

O Secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, considera as circunstâncias da morte de Rafael incomuns "Enquanto um se afogou o outro foi atacado. E segundo relatos não havia mancha de sangue. Por isso o caso merece discussão mais aprofundada". Ele não descarta a possibilidade de convocação de reunião extraordinária do Cemit, vinculada à SDS, para avaliar a morte de Rafael.

A presidente do Cemit, a oceanóloga da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Rosângela Lessa, também julga como fora de padrão a morte. Uma possibilidade é Rafael durante o ataque ter puxado Leon Henrique para o fundo. Um terceiro garoto que acompanhava a dupla, teria saido do mar momentos antes do desaparecimento de Rafael e Leon Henrique.

O laudo do IML não aponta o tipo de tubarão responsável pelo ataque, de acordo com as pesquisas da UFRPE, as espécies cabeça-chata e tigre são as mais prováveis.