#viagens #ondas perfeitas 

Hermes Falcão - G-Land 2012

O destino para a felicidade já estava marcado para os cearenses instigados. Deu tudo certo, as datas se encaixaram e fomos simbora para G-land (famoso SPA do surf)

20/Ago/2012 - Hermes Falcão - Indonésia

Agora estávamos em 6 : Petrônio Tavares, Bruno Pig, Dado Montenegro, Ítalo Magalhaes , Diego Mattei e eu Hermes Falcão.

Chegamos no porto de Padang (Sumatra), de volta de Mentawai, no dia 11 de Junho. Ainda dentro do barco, por volta das 5 da matina, acordando para partir, o PIG já deu o toque que estava pegando internet para checarmos o swell e decidirmos o próximo destino.

Queríamos ir para Desert Point ou G-Land. PIG, como grande conhecedor de G-Land, olhou o swell e falou que estava tudo certo para G-land e que Desert precisava de uma variação de maré mais alta (lua Cheia ou Nova) e uma big ondulação para não sofrermos com o crowd e ter onda pra todo mundo.

Entramos logo no site do Bobbys Surf Camp para checarmos as datas de saída (pois sai de 3 em 3 dias). Não deu outra, a data de saída era no dia seguinte. Pegamos o voo pra Bali e chegamos as 19:00 horas. Já fizemos a reserva para o dia seguinte, saindo de Speed Boat (sair de topic é a maior furada do mundo).

Acordamos naquela vibe, a galera ainda com muita sede de tubos. As 6 da matina estávamos no pé do barco, vendo aquele mar lisão. No barco, conhecemos uma galera paulista sangue bom: Henriquepédia, Carol Conde, Thiago Zé Comeia e Bruno Lost.

A ida foi tranquila, dormimos as 2 horas, tempo em que o speed boat leva para chegar em G-land. Chegando lá, fomos surpreendidos (acordados) com os gritos dos paulistas, mostrando as séries que quebravam de 6 a 8 pés de gala. Isso nos deixou adrenalizados. Chegamos no camp e um gaúcho que tava quebrando a vala de back side, Gabriel Muller, já nos instigou pra cair logo no mar, antes mesmo do café da manhã. Não deu outra, comemos rapidão e corremos para seção de tubos intensos.

Nesse dia fizemos 2 baterias na famosa onda de Money Trees. Uma onda volumosa, que dependendo da direção e tamanho do swell pode ir até a seção de Speeds (outra seção só de tubo). Mas neste dia estava com uma seção que percorria uns 200 metros de manobras e a medida que ia entrando na bancada rasa, ela jogava um tubo largo. Todo mundo fez a cabeça e pegou altas ondas, com direito a 3 barquinhos batendo foto para a galera não acabar por ali e ter muita emoção pra ver depois do jantar. Todo dia era assim, ficávamos todos ansiosos para ver as fotos de surf do dia.

A previsão era pra chegarmos e pegar altas ondas, como pegamos no dia 12 e no outro dia , dia 13, baixar um pouco, no dia 14 começava a subir, dia 15 e 16 entrava umas bombas, dia 17 e 18, que iriamos embora, iria baixando bem lentamente. Nada melhor do que isso para qualquer surfista, previsão de altas ondas para todos os dias. Mais tinha uma coisa que eu estava meio chateado, era que a maré não estava subindo muito e conforme o guia local, o Michael, possivelmente não quebraria Speeds nos dias maiores. Apesar de Bruno Pig, mestre de G-land, dizer pra eu ficar tranquilo que ira dar certo. Speeds é a melhor onda de G-land. Ela quebra gigante em uma bancada chamada Lauching Pads, e diminui um pouco de tamanho logo depois do drop para chegar em uma bancada muito, mais muito rasa e joga um tubão animal por uns 100 metros.

É um verdadeiro paraíso dos tubos, porém só quebra com uma ondulação forte, maré ideal é acima de 2 metros, pois a bancada já é muito rasa, e uma direção de swell mais de sul. A maré nos dias 14 e 15 indicava 2.0 e 2.2, porém era 5h da manha, que no qual raramente quebra onda boa em G-Land, pois o terral só inicia após as 10h da manhã.

Mas como havia falado no começo, Deus já tinha traçado tudo pra abençoar a vida desse grupo de surfistas tão asilados vindos do Ceará. O mar baixou muito pouco no dia 13, porem foi show de manobras. No dia 14 o mar subiu geral, novamente, pegamos altas ondas em Money Trees. As ondas estavam quebrando bem longas, os tubos rolaram largos, a seção de manobra estava pra quebrar tudo. Nós já estávamos de cabeça feita e sempre falando que se permanecesse assim já estava bom demais.

Mas no dia 15, quando acordamos, o presente do papai do Céu chegou forte. As famosas ondas de Speeds estavam quebrando de 8 a 10 pés nas séries. Ficou todo mundo alucinado com a beleza e qualidade daquela onda. Foi o melhor dia de surf das nossas vidas. Todo mundo pegou altos tubos, saindo na baforada, tubos que nunca pensávamos que iriamos pegar. E para não se prolongar muito, e pra alegria da galera, as ondas continuaram quebrando em Speeds até o final da trip, dia 18, com a mesma perfeição e mesmo tamanho do dia 14. A tecnologia avança a cada ano, tenta ser o mais preciso possível, mas quem controla a Natureza é o nosso Sr. JESUS. Mesmo com uma previsão animal para Money Trees, nada se compara com o presente inesperado que deu em Speeds.

O mar que iria baixar nos dias 16 a 18, nao baixou, a maré que não iria estar tão cheia pra quebrar Speeds, quebrou e o terral que nunca chega cedo pela manha chegou.

Realmente, não tenho mais palavras para descrever quantos tubos e ondas perfeitas pegamos nessa trip. Vocês podem ver nas fotos. Quero agradecer a Deus por ter nos dado esse privilégio de dias de ondas perfeitas. Agradecer pelo seu cuidado, pois (a gente se jogou) nos arriscamos na rasa bancada de Speeds. E dizer para todos que o Sr. Jesus é único Rei das Marés, nao tem Netuno que dê jeito, só Jesus tem o comando da Natureza. Muito Obrigado Senhor.

Quero mandar um abraço aos amigos Paulistas que fizemos nessa trip: Henriquepédia, sua esposa, Carol Conde, o grande Thiago Zé Comeia, ao Bruno Lost e ao gaúcho Gabriel Muller.