Fatal nos negócios de Surf
Como a paulistana Fatal Surf se tornou referência no setor de roupas esportivas e hoje navega ao lado de marcas globais.
09/Out/2011 - Rafael FREIRE - São Paulo - BrasilOs irmãos Antônio e Naum Khoury, 36 e 31 anos, respectivamente, cresceram atrás do balcão da pequena loja de roupas da família, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O sonho da dupla, no entanto, era ter a própria grife.
O primeiro passo nessa direção foi dado por Antônio. Em 1995, ele desembarcou na capital paulista para trabalhar em uma confecção situada no bairro do Brás, um dos maiores polos do setor na América Latina. Quatro meses depois, já comandava um boxe de 9 m², onde vendia bermudas. Para abrir o negócio, o empreendedor pegou emprestado R$ 600 com um tio.
Em apenas dois anos, Antônio conseguiu amealhar R$ 28 mil suficientes para abrir uma pequena loja e uma confecção de onde saíram as primeiras bermudas com a marca Fatal Surf. Hoje, ela é a principal estrela da Eixo Confecções, empresa dos dois empresários, com receita anual estimada em R$ 80 milhões e produção de três milhões de peças por ano.
“Nosso grande diferencial foi conseguir aliar bons produtos com preços competitivos”, afirma Antônio, que divide o comando com o caçula. Passados 16 anos, a dupla tem motivos de sobra para comemorar. Pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) apontou a Fatal Surf como a quarta grife de roupas esportivas mais lembrada do Brasil.
Perde apenas para as internacionais Adidas, Nike e Puma. O ranking é baseado em entrevistas com 3.300 consumidores de 24 Estados brasileiros, que revelaram qual havia sido a última roupa esportiva que haviam comprado. “Hoje o surfe virou estilo de vida, por isso muita gente compra as roupas dessa linha para usar também no dia a dia”, diz Marcelo Prado, diretor do Iemi.
Para aumentar a visibilidade da marca, Antônio investe R$ 4 milhões, por ano, em marketing. Constam dessa bolada a publicidade nos estádios onde são disputadas partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de futebol. A pesquisa da Iemi serviu como “combustível” para a nova fase da confecção. A ideia da dupla é passar a gestão para um CEO recrutado no mercado. “Queremos ver a empresa andar sozinha”, diz Naum.
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