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Brasil

Dia Nacional do Voluntariado: tornando o mundo um lugar melhor para todos

Ana Paola Piveti

Em 1970 a Assembleia Geral das Nações Unidas criou, como um órgão subsidiário o PROGRAMA DOS VOLUNTÁRIOS DAS NAÇÕES UNIDAS (UNV), administrado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), almejando atingir os objetivos de Desenvolvimento do Milênio reduzindo a pobreza e contribuindo para a paz, segurança, saúde, bem estar e o desenvolvimento econômico, social e político de milhões de pessoas ao redor do mundo.

O programa mobiliza voluntários, nacional e internacionalmente, para atuar em projetos de desenvolvimento dos seus parceiros, que variam entre as diferentes agências das Nações Unidas, governos e a própria sociedade civil em geral. Ademais, os voluntários são recrutados para atuar em projetos humanitários, programas eleitorais e missões de paz da ONU.

Deste modo, ser voluntário é demonstrar seu apoio a um dos princípios básicos das Nações Unidas: o trabalho conjunto pode tornar o mundo um melhor lugar para todos. O voluntariado beneficia a sociedade em geral e melhora a vidas das pessoas, incluindo a dos próprios voluntários.

Segundo definição das Nações Unidas:

" Voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos..."

Pode-se ver o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político ou emocional.

O Voluntariado no Brasil

No BRASIL, há registros de trabalho voluntário desde a colonização do Brasil, em unidades de saúde, como a Santa Casa de Misericórdia, fundada em 1543. Até o século XX, o voluntariado era uma atividade culturalmente feminina, praticada apenas pelas famílias abastadas.

Por muitos anos, o voluntariado ficou atrelado à questão da caridade. Muitas vezes resumido a promover reuniões entre amigos para angariar brinquedos ou alimentos para serem doados a uma organização e nunca não ter uma continuidade na ação, e sim ações pontuais.

Através da Lei nº 9.608/1998, o trabalho voluntário foi regulamentado no Brasil, onde definiu-se que serviço voluntário é a “atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa”

Diante da pandemia da Covid-19, pode-se constatar que o trabalho voluntário, surgido como forma da sociedade civil exercer uma cidadania ativa, contribuindo para o bem comum e interesses coletivos, não é um mecanismo estático. Em meio ao turbilhão que a crise formou, evidenciaram-se as situações já existentes: as desigualdades sociais e as populações vulneráveis foram as mais afetadas, o que demandou ações rápidas e pontuais. As ações se reinventaram de modo a atender as novas necessidades e valores. As ações voluntárias se intensificaram e se voltaram a questões emergenciais, como a mobilização para doar alimentos e produtos de higiene. Hoje em dia, com o abrandamento da pandemia, o esforço é para que o trabalho voluntário não se reduza apenas às ações pontuais.

O Voluntariado na questão ambiental no Brasil e no mundo

Outro enfoque crescente de organizações voluntárias no Brasil, visa a recuperação e preservação do Meio Ambiente.

Neste sentido, em 2011 foi fundado no Brasil, o Instituto Route Brasil com o objetivo de ser uma rota de engajamento para neutralizar o impacto do nosso consumo na natureza, atuando na promoções de ações de limpezas de praias com destinação correta dos resíduos. Recentemente uma parceira do Surfguru com a Route resultou na criação da Comunidade Surflimpo e sua própria moeda social,a DROP, que tem como objetivo engajar pessoas e voluntários na missão de limpar as praias do Brasil, entre outras ações.

Ação de limpeza de praia em São Conrado - RJ, em agosto/2022. A ação contou com aproximadamente 100 voluntários. Foto: Críscia Cesconetto

Na Austrália, temos um exemplo de causa comunitária, que neste ano comemora seus 115 anos de existência, contando com mais de 180 mil membros, nada menos que autoridade máxima de segurança em águas costeiras, prevenção de afogamentos e resgates, o SURF LIFE SAVING AUSTRALIA. Entre 1902 e 1905 a Austrália gradativamente foi removendo as proibições de banhos de mar durante o dia, o que ocasionou uma crescente onda de adeptos do SURF. Contudo, muitos que iniciaram esta prática, não sabiam nadar. Deste modo o número de afogamentos e de tentativas de resgates aumentaram repentinamente. Diante deste panorama, surgem alguns clubes de voluntários para tais salvamentos. Em 18 de outubro de 1907, estes clubes e mais alguns grupos interessados, reuniram-se para formar a SURF BATHING ASSOCIATION OF NEW SOUTH WALES, atual SURF LIFE SAVING AUSTRALIA (https://sls.com.au/).

Hoje, o Surf Life Saving visa, dentre outras:

  • Segurança na praia: fornece conselhos especializados sobre bandeiras e sinais, ondas, correntes de retorno, animais marinhos, habilidades de surf e muito mais.
  • Segurança de salvamento: fornece um serviço nacional integrado de salvamento, incluindo salva-vidas voluntários e salva-vidas pagos, bem como o sistema Surf Life Saving Emergency Response.
  • Pesquisa: incluem projetos focados em questões de segurança atuais, desenvolvimento de uma classificação de risco de costa rochosa, resgates de espectadores, avaliação de segurança no esporte de surf, avaliação de adaptações para lidar com as mudanças climáticas e epidemiologia geral de afogamentos e lesões.
  • Desenvolvimento Internacional: forneceu suporte e experiência para muitas organizações aliadas de salvamento em todo o mundo. Contribuindo para o esforço global da Federação Internacional de Salvamento de Vidas para reduzir lesões e mortes dentro, sobre ou ao redor da água, o Surf Life Saving troca informações e melhores práticas e apoia o estabelecimento de serviços de salvamento em áreas do mundo onde eles são necessários
  • Promoção de eventos esportivos nacionais abertos ao público em geral ou apenas para seus membros, com o intuito de mostrar as habilidades e capacidades físicas necessárias para salvar uma vida.
  • Segurança infantil levando a sério sua responsabilidade de oferecer um ambiente seguro, justo e inclusivo para crianças e jovens envolvidos no SLSA.
  • Praias inclusivas: apoiar a inclusão de pessoas de diferentes habilidades e origens para se juntarem ao clube local e aprenderem a estar seguros na praia.

E você, já foi um voluntário? Procure projetos e programas próximos de você e contribua com a sua comunidade. Todos nós podemos nos doar um pouco para o outro.

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Ana Paola Piveti é ultramaratonista aquática amadora, 56 anos. 1ª mulher a fazer os desafios: Amazon Challenge, 30km no Rio Negro e o Rio Tietê, com 35 km de extensão.

Dentre outras participações: 

- Rio São Francisco (12km) (SE),

- Tossa de Mar x Sant Feliu de Guíxols (12km) Espanha,

- 3 x Rio Itapanhaú 15 km (SP),

- Aquaman Capitólio 12 km(MG),

- Swim Around Lido key 12km (Flórida – USA),

- Reveza 10 Solo – 15 km (SC),

- 7 x Travessia 14 Bis – 24km (SP), sendo 2 delas nos moldes desafío solo,

- Vila Urqiza X Paraná, Argentina (21km)

- 2 x BISA - Ilha Grande – RJ - 16 km (sendo uma totalmente noturna por exigência própria).

Instagram: @appiveti

 

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