Desafio de ondas clássicas no farol de Itapuã

Para aproveitar ainda mais a rasa bancada de pedras que forma tubos rápidos e pesados no Farol de Itapuã, em Salvador, na Bahia, a QuebraCoco e a ExtraSurf, que realizam o Desafio Abubakir de Ondas Grandes, vão realizar também um evento com ondas perfeitas no pico. A idéia surgiu nas resenhas que se formam depois do surf, entre a galera que freqüenta o Farol.

Segundo Rodrigo Barreto, um dos idealizadores da competição, a vontade é unânime entre os freqüentadores do Pico. “A galera ficar pensando o que aconteceria se tivesse um campeonato nos dias de ondas perfeitas. Quando elas encaixam corretamente na rasa bancada de pedras, formando tubos rápidos e pesados, exigindo muita técnica e conhecimento do pico pra poder usar todo o potencial que as ondas oferecem”, afirma.

No último swell no Farol, foram três dias de ondas perfeitas, mas ainda abaixo do critério de onda grande. “Então, se há condições de se fazer um desafio em ondas de alta qualidade, que proporcionam altas performances e show de tubos, faremos o Desafio em Ondas Clássicas, com outro perfil, mas tão emocionante quanto o Desafio de Ondas Grandes”, afirma Rodrigo.

"Ao acompanharmos os swells durante todo o ano, vimos que mesmo quando não há tamanho ideal para realizarmos o desafio de Ondas Grandes, existe um imenso potencial pra fazer uma competição de alto nível, com ondas que não devem nada em qualidade a nenhum dos mais tradicionais picos de ondas tubulares do mundo, e que tem comprovado isso com seções de surf registradas, todos os anos no Farol de Itapuã", completa Mauricio Abubakir outro idealizador do evento.

Com ondas e surfistas de alta qualidade sendo captados nas câmeras e nas mentes de quem comparece pra ver o surf nos dias clássicos, nada mais justo do que premiar os mais atirados e habilidosos, por arriscarem a pele e o pescoço nessas ondas. “Atualmente, nos dias de boas ondas, é comum a presença de admiradores nas pedras se emocionando ao ver as seções de tubos bem em frente às afiadas pedras e seus temidos ouriços. Muitos vão conferir diretamente no outside, mas nem sempre se sentem tão à vontade como quando estão na praia”, revela Rodrigo.

As condições do local favorecem uma bela visão das ondas e sua proximidade com as pedras traz um tempero especial pra quem está assistindo e pra quem está surfando. “Só quem freqüenta o pico pode saber qual a sensação de completar uma onda dessa magnitude e sair ileso no final com um sorriso misturado de alegria e espanto”, completa Maurício.

Mesmo nos dias clássicos, não é difícil acontecer situações complicadas, que muitas vezes causam estragos nas pranchas e no couro de alguns escolhidos. “Mas no final do dia, com arranhões, pancadas, pranchas partidas, todos estampam um belo sorriso na cara e um brilho nos olhos que nos faz ter coragem de voltar, sempre”, revela Rodrigo.

“Será um evento feito por quem freqüenta o Farol seja nos dias grandes, clássicos ou como tiver, pra coroar nossos companheiros do mar, que domam essas ondas numa harmonia pouco vista em outros picos pelo mundo. É essa a imagem do surf que levamos através dos eventos, do ambiente que convivemos com educação e respeito a todos. O que buscamos é realizar o desejo dos que fazem do Farol o pico mais respeitado da área, mostrando consciência, show de surf e muitos tubos aos que tiverem o privilégio de assistir ou fazê-los”, completa Rodrigo.

No mesmo molde do Desafio de Ondas Grandes a organização do Desafio de Ondas Clássicas está buscando patrocinadores para realizar o campeonato tendo como fator primordial a qualidade das ondas e o espetáculo do surf.

“Agora é dropar de borda, botar no trilho e sair na baforada!”, completa Rodrigo, um dos idealizadores do evento.

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