Deivid Silva e Mateus Herdy superam favoritos e são o Brasil nas semis
Última etapa no Taiti é cancelada e já estão definidos os top-5 e as top-5 que vão decidir os títulos mundiais no Rip Curl WSL Finals. Semifinais podem começar as 8h30 da sexta-feira, 10h30 no Brasil.
13/Ago/2021 - João Carvalho/ WSL Latin America - Barra de la Cruz - Oaxaca - MéxicoUm novo campeão de etapas do World Surf League Championship Tourserá conhecido no Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver, pois quatro jovens surfistas passaram para as semifinais nas boas ondas de 5-7 pés da quinta-feira em Barra de La Cruz. Dois deles são Deivid Silva e Mateus Herdy, que derrotaram os campeões mundiais Gabriel Medina e Italo Ferreira, respectivamente, nos duelos brasileiros das quartas de final. Deivid vai enfrentar o italiano Leonardo Fioravanti e Mateus disputa a outra vaga na final com o australiano Jack Robinson. As semifinais podem começar as 8h30 da sexta-feira no México, 10h30 no Brasil, ao vivo no WorldSurfLeague.com
O Corona Openn Mexico apresentado pela Quiksilver está fechando o ranking do CT 2021, porque na quinta-feira o governo da Polinésia Francesa oficializou o cancelamento da última etapa, que começaria no dia 24 no Taiti, devido a situação crítica da pandemia do Covid-19 no arquipélago. Com isso, os top-5 e as top-5 que vão decidir os títulos mundiais da temporada no Rip Curl WSL Finals, de 9 a 17 de setembro em Trestles, na Califórnia (EUA), já foram definidos na quinta-feira no México.
O Brasil encabeça o ranking masculino, com Gabriel Medina em primeiro lugar, Italo Ferreira em segundo e Filipe Toledo em terceiro. Os outros classificados foram o norte-americano Conner Coffin em quarto lugar e o australiano Morgan Cibilic. Já o ranking feminino ficou com a havaiana Carissa Moore na frente, seguida pela brasileira Tatiana Weston-Webb, que foi barrada nas quartas de final e pode perder o segundo lugar se a australiana Sally Fitzgibbons vencer no México. A francesa Johanne Defaye a australiana Stephanie Gilmore, fecham a lista das concorrentes ao título.
Também na quinta-feira, foram definidos os 20 garantidos para disputar o CT em 2022 e mais quatro surfistas continuarão na seleção brasileira da WSL, junto com Medina, Italo e Filipe, Yago Dora, Deivid Silva, Jadson André e Miguel Pupo, que ainda depende da confirmação da aposentadoria do australiano Julian Wilson, para ser anunciado oficialmente. Os que ficaram de fora do grupo dos 20 primeiros do ranking, Caio Ibelli, Peterson Crisantoe Alex Ribeiro, ainda podem garantir suas permanências esse ano, pelas etapas do WSL Challenger Series, que começam em setembro.
VAGA CONFIRMADA - Deivid Silva garantiu seu nome definitivamente com a vitória sobre Gabriel Medina nas quartas de final. O surfista do Guarujá entrou na elite em 2019 e conseguiu seu melhor resultado nessa bateria, fazendo seus recordes em etapas do CT, nota 8,67 e 15,34 pontos. Os dois começaram atacando as direitas com batidas verticais de backside e Deividlargou na frente com nota 5,33, contra 4,67 numa onda mais curta do Gabriel Medina.
DVD pega outra onda limpa que abre para fazer algumas manobras, que valeram 5,83. Medina vem em uma mais espumada, mas formando a parede para mostrar seu surfe e conseguir 6,67 para se manter na frente. Deividentão pega uma onda maior lá perto das pedras de Barra de La Cruz, manda duas sapatadas jogando muito água pra cima, emenda uma série de cutbacks e finaliza com uma pancada na junção incrível.
Ele cerra os punhos e abre os braços pedindo nota para os juízes, que dão 8,67. Medina responde verticalizando as batidas de cabeça pra baixo e ganha 6,47, porém fica precisando de 7,84 pra vencer. Só que Deivid surfa muito bem outra onda boa, repetindo o ataque com batidas e rasgadas e mandando uma mais explosiva na junção, recebendo 6,67 para aumentar a vantagem para 8,67 pontos. Depois, não entrou mais onda com potencial para Medinaconseguir isso e a vitória do DVD foi confirmada por 15,34 a 13,14 pontos.
“Caramba, estou extremamente feliz e essa foi a melhor bateria da minha vida, sem dúvida. Porque foi contra o Gabriel (Medina) e ele é insano”, vibrou Deivid Silva. “Eu estou superbem e acho que posso até vencer esse evento, mas a semifinal vai ser difícil também, porque o Leo (Fioravanti) está surfando muito aqui. Mas, estou me sentindo bem confiante, minhas pranchas estão ótimas e estou pronto para tentar chegar na final”.
BRASIL NAS SEMIFINAIS - Deivid já tinha brilhado nas oitavas de final que abriram a quinta-feira, não dando qualquer chance ao norte-americano Kolohe Andino. O italiano Leonardo Fioravanti também fez grandes apresentações contra dois classificados para o Rip Curl WSL Finals, o australiano Morgan Cibilic nas oitavas e o californiano Conner Coffin nas quartas. Esta será a segunda vez que Deivid e Leonardo se enfrentarão em etapas do CT e o brasileiro ganhou a única, na primeira fase da etapa de Portugal em 2019.
Assim como Deivid, o jovem australiano Jack Robinson também confirmou seu nome no CT 2022 com a passagem para as semifinais, tirando a chance do português Frederico Morais seguir na disputa por uma vaga nos top-5. Nas oitavas de final, Robinson surfou uma onda impressionante, que ganhou nota 9,37, a maior do Corona Open Mexico. O australiano vai fazer um verdadeiro duelo da nova geração com Mateus Herdy na segunda semifinal.
DUELO DE CAMPEÕES – O catarinense campeão mundial Pro Junior da WSL em 2018, ganhou de forma espetacular o confronto com o campeão mundial do CT em 2019 e medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. A bateria começa com Mateus usando os aéreos e variando manobras progressivas de frontside, enquanto Italo prefere o “base-lip”, com batidas e rasgadas de backside. As primeiras notas do catarinense foram 6,83 e 6,50 e as do potiguar, que vai ganhar uma estátua na sua cidade, Baía Formosa, valeram 6,60 e 8,83.
A primeira metade dos 35 minutos da bateria ficou assim, com Italo na frente somando 15,43 pontos e Mateus necessitando de 8,61 para vencer. Italopega a onda seguinte e arrisca o aéreo, mas não completa. Mateus vem na de trás e começa com uma batida vertical, faz um layback fortíssimo jogando a rabeta e segue com batidas e rasgadas, até finalizar com um aéreo reverse. Os juízes dão 7,27 para ele, que passa a precisar de 8,17 para vencer nos 15 minutos finais. Os dois pegam umas ondas que não rendem muitos pontos críticos.
Nos últimos minutos, Italo erra de novo na escolha e Mateus pega uma morra, já manda um aéreo gigante de alto risco jogando a rabeta pro alto, segura a aterrissagem no buraco da onda e vai acelerando para passar a sessão. A onda balança bastante, mas ele vai manobrando até o fim e os juízes dão 9,27, a segunda maior nota do evento. Com ela, Mateus Herdygarante a vitória de virada sobre Italo Ferreira, por 16,54 a 15,43 pontos. Foi o segundo surfista potiguar que o catarinense derrotou na quinta-feira. O outro foi Jadson André.
“Eu estou muito feliz e aprendo muito em todas as baterias”, disse Mateus Herdy. “Eu estava falando com o Jadson antes, que conheci ele quando eu era moleque. Eu tinha uns 8 ou 9 anos de idade quando ele ganhou o CT em Imbituba (em 2010 batendo Kelly Slater na final). É muito bom estar aqui. Olho pro lado e vejo o Kelly, então chegou num ponto que tudo está muito real. Antes da bateria com o Italo, fiquei pensando no ano louco que ele teve após o título mundial. Mas, eu queria ganhar dele e eu não tinha nada a perder. Aliás, só a premiação, que é muita grana (risos), então estou muito amarradão”.
O atual campeão mundial também comentou sobre a bateria brasileira que fechou a quinta-feira de muita emoção nas direitas excelentes de Barra de La Cruz. Foi um dia que decidiu tudo, os classificados para disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals e os que ficam na elite para o CT 2022. Além de Jadson André, Yago Dora também competiu na quinta-feira e perdeu nas oitavas de final, para o português Frederico Morais.
"Chegar no WSL Finals sempre foi o meu objetivo esse ano, então fico feliz por estar nessa posição”, disse Italo Ferreira. “Eu tive uma boa bateria com o Mateusinho e ele quebrou na última onda dele. Estou feliz por ele e agora meu foco já é o último evento do ano. Vou colocar todo meu esforço nisso, porque eu quero o título. Estou feliz por voltar aqui para o México depois de tantos anos. Agora é hora de ir pra casa e me preparar para o próximo desafio”.
CATEGORIA FEMININA – Na categoria feminina, também poderia ter acontecido uma semifinal brasileira no Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver. A cearense Silvana Lima entrou na quinta oitava de final e surfou muito bem as direitas de Barra de La Cruz. Com os 15,33 pontos que totalizou, com notas 8,00 e 7,33, venceria as quatro baterias anteriores. Mas, sua adversária era a tetracampeã mundial e medalhista de ouro que enfrentou nas Olimpíadas, Carissa Moore. A havaiana tirou um 9,50 numa onda incrível e venceu por 16,37 pontos.
Além de Carissa Moore, a única surfista que superou os 15,33 pontos da Silvana Lima nas oitavas de final foi Tatiana Weston-Webb. A gaúcha atingiu 15,57 pontos com notas 8,67 e 6,90 na tranquila vitória sobre a americana Sage Erickson e tinha chances de conseguir o primeiro lugar no ranking. Para isso, precisaria vencer a etapa do Mexico. Mas, parou na heptacampeã mundial Stephanie Gilmore nas quartas de final, sem achar boas ondas na bateria que reeditou sua vitória na etapa de Margaret River, na Austrália.
“Estou super orgulhosa em confirmar minha presença no WSL Finals e foi um ano cheio de desafios, não só pra mim, mas para todo mundo”, disse Tatiana Weston-Webb. “Quero agradecer ao meu técnico, que está sempre comigo me apoiando, seja após uma derrota, ou quando estou chorando e vibrando de alegria. E meu marido também (Jessé Mendes), que está comigo neste evento. Quero agradecer também aos meus patrocinadores e todo mundo no Brasil, que sempre está torcendo por mim”.
Além de Carissa Moore, a única surfista que superou os 15,33 pontos da Silvana Lima nas oitavas de final foi Tatiana Weston-Webb. A gaúcha atingiu 15,57 pontos com notas 8,67 e 6,90 na tranquila vitória sobre a americana Sage Erickson e tinha chances de conseguir o primeiro lugar no ranking. Para isso, precisaria vencer a etapa do Mexico. Mas, parou na heptacampeã mundial Stephanie Gilmore nas quartas de final, sem achar boas ondas na bateria que reeditou sua vitória na etapa de Margaret River, na Austrália.
“Estou super orgulhosa em confirmar minha presença no WSL Finals e foi um ano cheio de desafios, não só pra mim, mas para todo mundo”, disse Tatiana Weston-Webb. “Quero agradecer ao meu técnico, que está sempre comigo me apoiando, seja após uma derrota, ou quando estou chorando e vibrando de alegria. E meu marido também (Jessé Mendes), que está comigo neste evento. Quero agradecer também aos meus patrocinadores e todo mundo no Brasil, que sempre está torcendo por mim”.