César Peixoto: Duas décadas de contribuição ao surf cearense
O cenário é de ascensão para inúmeros profissionais na área da fabricação de pranchas, com um mercado que espalha alta tecnologia.
19/Mar/2014 - Gabriel Rodrigues - Fortaleza - Ceará - BrasilMáquinas criam os equipamentos em sua quase totalidade, e fazem a cabeça de muitos surfistas que prezam pela exatidão e qualidade. Com a chegada de programas de computador que praticamente criam as pranchas sozinhos, surgiram vários shapers no comércio nacional. Porém, ainda há os mais experientes que não contaram com a tecnologia atual no início de suas carreiras, e que no trabalho manual, fazem de suas pranchas verdadeiras “obras de arte”.
É o caso do shaper e fundador da Flora Surfboards, Cesar Peixoto, que há mais de duas décadas trabalha com pranchas no Ceará, desfrutando do carinho e reconhecimento de boa parte da comunidade do surf cearense. No início de sua carreira, na década de 80, Cesar era apenas um garoto que sempre enxergou no surf uma oportunidade maior de se divertir. “Surf pra mim é diversão. Tenho diversos amigos e atletas que surfam muito, mas eu nunca surfei bem. Sempre vi o surf como uma brincadeira e uma oportunidade de ri dentro d’água das ‘invenções’ que eu mesmo tento fazer em cima da prancha”, comenta.
Porém, a brincadeira virou coisa séria, e o shaper cearense começou seus primeiros trabalhos até se tornar um dos profissionais mais conceituados do estado, como certificam amigos, clientes e atletas patrocinados por sua empresa. “O Cesar, além de amigo é um parceiro de trabalho há muitos anos. Sempre nos identificamos muito e ele sempre atendeu muito bem às minhas demandas de equipamentos. Uma coisa que admiro nele é a minuciosidade”, conta o atual campeão cearense profissional, Itim Silva, que garante que a Flora Surfboards é adepta das máquinas de fabricação, porém uma prancha artesanal de seu shaper é uma “preciosidade”.
Outro que exalta as duas décadas de trabalho da Flora é Alexandre Lutz, amigo de velha data de Cesar e criador da logomarca da empresa, estampada em todas as pranchas produzidas.
“Conheci o Cesar exatamente na época em que ele iniciou a Flora, ainda na casa da mãe. Vivíamos no mesmo contexto e a amizade foi inevitável. Eram muitas as dificuldades encontradas naquele contexto, como a plaina que ainda era manual e não existia essa tecnologia que existe hoje. O Cesar desde o início se diferenciou nesse mercado, porque tinha a mão do talhador, lapidava as pranchas com carinhos, com linhas perfeitas como faz ainda hoje. O sucesso seria inevitável. Além de pesquisar e procurar experiência fora, ele procura conhecer o cliente de perto. Agradeço por tê-lo como amigo e poder com muito orgulho, fazer parte desse sucesso”, diz.
Num momento onde shapers surgem em grande quantidade focados em usufruir de um mercado nacional que consome sete bilhões por ano, é de suma importância lembrar e engradecer o trabalho dos precursores da “arte” de fazer pranchas no Ceará, que com profissionalismo exportam atletas bem equipados para diversas partes do Brasil e do mundo.