Ceará, 365 dias de sal, sol e surf
Durante essa semana peguei boas ondas na Praia do Portão, bem próxima ao Titanzinho. Todos sabemos que os meses de agosto e setembro são os mais fracos de onda no Ceará. Não foi bem isso que encontrei no Portão
24/Ago/2012 - George Noronha - Fortaleza - Ceará - BrasilNo primeiro dia em que fui checar suas condições, de fora não parecia ter ondas. Mas, eu estava fissurado para dar uma remada e quem sabe, pegar uma boa ondinha.
Caí mais os amigos Phelipe Maia, Michel Roque, Betinho Rosa, Charlie Brown e a bodyboarder Raquel Beserra. A maré já havia começado a encher. A entrada já estava um pouco crítica, mas, como quem tá na chuva é pra se molhar, nem pensei muito e fui logo pra água.
Logo que entrei peguei uma onda muito boa que pagou logo a caída: uma forte batida na junção. Betinho Rosa abusou na altura e ousadia nos aéreos enquanto ao Raquel mostrava que conhece muito bem o pico. O Campeão Brasileiro Universitário e o surfista profissional Charlie Brown também não aliviaram. Mesmo estando retornando de lesões, ambos quebraram nos aéreos e nas junções do Portão, tudo registrado pelas lentes dos fotógrafos de plantão Carol Monteiro e Rodrigo Gentil.
Me fez lembrar as Mentawaii
Esse dia foi bem particular para mim. Várias vezes lembrei de Lance’s Left (Mentawai), uma das melhores ondas que já surfei na vida. A tonalidade estava perto de um Verde-Esmeralda e a onda estava vindo com um bom volume de água levantando uma parede rápida e pra frente, me fazendo lembrar da sessão final de Lance’s.
Naquele momento me senti um privilegiado por ter aquela onda no quintal de minha casa em um período onde muitos dizem não haver ondas no Ceará, o que discordo veementemente.
The after day
No segundo dia cheguei bem mais cedo e a maré ainda estava secando, ideal para as ondas do Portão. O mar parecia estar com séries um pouco maiores que no dia anterior, mas como cheguei muito cedo o crowd estava insuportável e o único jeito foi esperar que a galera que tinha chegado mais cedo cansasse e saísse pra almoçar, pois, já passava do meio-dia.
Aproveitei para apreciar uma sessão do melhor surf do mundo com Pablo Paulino, Fábio Silva e Regisdário Lima comandando os ataques. Nessa hora praticamente me tornei um espectador, pois, nesse dia eu não estava conseguindo estabelecer a mesma sintonia e conexão com o mar do dia anterior.
E quando comecei a achar que o surf só renderia mesmo a remada, a galera começou a sair e no final das contas ainda consegui descolar um tubinho sequinho comprovando a minha teoria de que o Ceará é um dos melhores lugares do mundo para um surfista morar já temos duas temporadas de onda e praticamente não existe flat, pois, quem tem uma PF, um Vizinho e um Icaraí no quintal (sem falaz em outros dezenas de picos tanto de fundo de areia quanto de fundo de pedra), se quiser não fica sem surfar um único dia na vida. Por isso não acredito quando alguém chega pra mim pra dizer que parou de surfar porque aqui não tem onda. Pra mim, quem diz isso nunca sentiu a verdadeira energia do surf ou afogou o espírito aloha em suas prórpias frustrações e usa esse argumento furado como desculpa para assumir a sua verdadeira condição de FORA D’ÁGUA.
É claro que não quero com isso comparar as ondas daqui com as da Indonésia, do Havaí, do Tahiti, do México, até porque já surfei todas elas. Apenas quero dizer que, NA MINHA OPINIÃO, aqui rola onda mais do que suficiente para manter vivo o sonho de surfar a onda perfeita e manter o rip para desbravar as melhores ondas do mundo.