Billabong Rio Pro pode ser bom para os brasileiros
O Billabong Rio Pro, terceira etapa do Circuito Mundial de Surf, que acontece de 11 a 22 de maio do Rio de Janeiro pode marcar o melhor início de temporada para surfistas brasileiros.
29/Abr/2011 - João Carvalho / ASP - Rio de Janeiro - BrasilO Billabong Rio Pro, terceira etapa do Circuito Mundial de Surf, que acontece de 11 a 22 de maio do Rio de Janeiro pode marcar o melhor início de temporada para surfistas brasileiros e ser um divisor de águas para três atletas: Adriano de Souza (Mineirinho), Jadson André e Alejo Muniz. Após o terceiro lugar conquistado na etapa de Bells Beach, na Austrália, Mineirinho entrou no grupo dos quatro melhores e tem chances reais de chegar ao título mundial em 2011.
A etapa carioca do ASP World Tour, realizada na Praia da Barra da Tijuca, será a principal atração do Verão Sem Fim, evento organizado pela GEO eventos. O campeonato mundial de surfe distribuirá 10 mil pontos para o campeão, e no momento Adriano precisa de metade desta pontuação para alcançar o norte-americano Kelly Slater, atual líder da corrida pelo título.
Logo após subir ao pódio em Bells, Mineirinho mandou um recado para a torcida brasileira através de seu twitter:“Obrigado a todos que estavam na torcida. Mais uma vez fiquei super feliz com o resultado, principalmente por voltar ao Top 5. Agora é Brasil!”, disse o surfista que já ganhou dois títulos em ondas cariocas, como amador e profissional.
Se conquistarem a etapa brasileira, o potiguar Jadson André e o argentino naturalizado brasileiro Alejo Muniz, que estão empatados na nona colocação, estarão garantidos entre os 32 mais bem colocados no ranking mundial e terão tranquilidade para as próximas etapas. Isso seria o suficiente para boa parte dos atletas que lutam para continuar na elite após o corte que acontece na sexta etapa, entretanto com o título do Billabong Rio Pro Jadson e Alejo poderão sonhar mais alto, pois também entrarão na briga pelo troféu de campeão mundial. O potiguar venceu a etapa brasileira em 2010, ano em que estreou no Circuito, vencendo na final ninguém menos do que o mito do esporte, Kelly Slater.
Outros brasileiros também estarão na disputa. O cearense Heitor Alves e o Saquaremense Raoni Monteiro não começaram bem a temporada e precisam de um bom resultado no Billabong Rio Pro para se reabilitarem. Heitor terminou as duas etapas australianas, em Snapper Rocks e Bells Beach, na décima terceira colocação. Não chega a ser um mau começo, mas ele precisará de mais se quiser manter-se na elite após o corte. Já Raoni Monteiro parece ainda não ter voltado ao ritmo da elite. A etapa brasileira poderá ser sua verdadeira estreia no Tour, já que até agora ele ainda não conseguiu passar nenhuma bateria. Potencial e conhecimento das ondas cariocas ele tem de sobra.
Quem já sentiu o prazer de vencer no Rio foi Teco Padaratz, um dos responsáveis pela etapa brasileira do WT. Vice-campeão em 1990, Teco nem precisou entrar na água para comemorar o título diante de um público de mais de dez mil pessoas. Seu adversário, o havaiano Sunny Garcia torceu o joelho na última onda da semifinal e não teve condições de competir.
“Foi uma vitória muito inusitada, com essa história de eu não precisar disputar a final, mas eu ia fazer a mala dele de qualquer forma. Agora, 20 anos depois, estamos levando o campeonato de volta para o Rio. Isso é muito legal”, disse Teco.
SILVANA LIMA EM BUSCA DA PRIMEIRA VITÓRIA
Na etapa feminina, a temporada começou com a nova geração dando as cartas. Nas duas primeiras etapas a havaiana Carissa Moore e a australiana Sally Fitzgibbons desbancaram a tetracampeã mundial Stephanie Gilmore. O Tour 2011 começou muito bom também para a brasileira Silvana Lima, que mais uma vez figura entre as quatro melhores do mundo. Na primeira etapa, a cearense ficou na quinta colocação e, na segunda, conquistou o terceiro lugar.
O Billabong Girls Rio Pro pode marcar a primeira vitória de Silvana no Tour 2011, pois a surfista conhece como poucos as ondas cariocas, já que residiu na cidade por muitos anos. Se vencer a etapa Silvana poderá chegar a liderança do ranking. Desde 2006 na elite Silvana vem repetindo boas atuações e marcando seu lugar entre as quatro melhores há quatro temporadas.
Além de Silvana, a catarinense Jacqueline Silva, vice-campeã mundial em 2002, também estava classificada para disputar o Tour feminino em 2011, mas após um acidente de carro, sofrido na segunda etapa, em Bells, a surfista terá que ficar fora das competições por cerca de dois meses.