Atletas do CT apoiam a campanha Inclusão é Atitude

Por Malu Silveira

Por causa de uma paralisia cerebral associada a outras doenças, Mat Mat também precisa dedicar uma parte do seu dia a outras atividades, como fisioterapia e sessões regulares com fonoaudiólogo. Para levantar recursos que ajudarão nos tratamentos de Matias, os pais do pequeno, a arquiteta Paula Laranjeira, 40 anos, e o empresário Marcelo Cartaxo, 41, lançaram a 3ª edição da campanha Inclusão é Atitude. Desta vez, a mobilização ganhou apoio até de atletas famosos, a exemplo de Gabriel Medina, campeão mundial de 2014, e dos paulistas Filipe Toledo e Caio Ibeli, integrantes da Liga Mundial de Surfe.

O principal objetivo da campanha – com blog, fanpage no Facebook e perfil no Instagram – é arrecadar dinheiro com a venda de camisas personalizadas para custear os gastos da família para São Paulo e Chile, onde Matias passa por sessões de um método de fisioterapia chamado Cuevas Medek Exercise (CME), técnica criada em 1972 pelo fisioterapeuta chileno Ramon Cuevas. Na prática, são exercícios que provocam o cérebro do paciente para que o órgão produza respostas posturais automáticas. “Desde que Matias nasceu sempre fez os tratamentos regulares. Mas eu também pesquisava muito na internet sobre várias técnicas, até que conheci o CME. Ficamos bastante interessados. Em 2013, fomos para São Paulo para tratar com uma fisioterapeuta formada no método. Matias se deu muito bem e então resolvemos conhecer pessoalmente o Ramon Cuevas. Só que as sessões eram muito caras e, para dar continuidade, resolvemos fazer a campanha”, conta Paula. A ideia é vender cerca de 2 mil camisas, cada uma por R$ 30 e disponível em diversos tamanhos, do infantil ao adulto. O ponto de venda oficial é a loja da Mentor, no Shopping Parnamirim, Zona Norte do Recife.

Graças aos tratamentos regulares, Matias amplia seus movimentos com várias atividades. Surfe é uma delas (Foto: Divulgação)

Na primeira edição, o símbolo era Matias no skate – esporte preferido do pequeno. Já na segunda, Matias brilhava em um triciclo. Agora é a vez do surfe. Atividades que poderiam ser facilmente descartadas diante das limitações da criança, mas que estão ali, sempre presentes de alguma forma. “Meu esposo surfa e morria de vontade de surfar com Matias. Conversamos com a fisioterapeuta dele e conseguimos fazer uma adaptação. Ele curte muito e o que eu acho interessante é que no começo sempre há uma resistência mas, com o tempo, ele adora estar ali. Matias já é uma criança fora do comum, fora do quadro clínico. Hoje ele já anda com o apoio e na cadeira de rodas, então, vai para onde quiser ir. São ganhos motores incríveis”, comemora. Confira o vídeo de divulgação da campanha:

Mais do que custear tratamentos para que Matias um dia possa andar, a mobilização é uma forma de ampliar horizontes para o pequeno. Em todos os sentidos e mesmo que às vezes o percurso se mostre difícil. “Nós enfrentamos uma história que poderia ser triste, mas não queremos que seja uma história de tristeza. Nem tudo é fácil, mas o que queremos é passar esperança para Matias. Mostrar que, dentro de suas limitações, ele pode fazer tudo. Nós respeitamos e valorizamos muito nosso filho como indivíduo. E queremos mostrar o mundo para ele”, torce Paula.

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