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Guarujá - São Paulo - Brasil

10º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas

Fábio Maradei

Em prova dura, Samu Team Brazil Onbongo garante o bicampeonato nos 75 km no 10º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas

Numa prova dura, de total resistência, força e estratégia, a Samu Team Brazil Onbongo garantiu o bicampeonato no 10º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas, neste sábado (26). A prova contou com 13 equipes com atletas de seis estados, que completaram 75 km, no percurso mais longo do Mundo neste tipo de prova, em trechos de mar, com ondulação, rio, incluindo manguezal (Canal de Bertioga), e o Porto de Santos, circundando totalmente a Ilha de Santo Amaro, onde fica Guarujá.

Formada por experientes remadores de rafting e destaques de stand-up, a equipe bicampeã assumiu a ponta logo no primeiro trecho de mar e antes dos 18 km já abria vantagem. Chegou à Ponta da Praia, em Santos (mesmo local onde largaram), em 6 horas e 1 minuto e 31 segundos, ficando muito próximo do recorde de 5h58, da TriboQPira, pentacampeã de 2006 a 2010. Os rivais repetiram o vice de 2011, chegando 20 minutos depois.

Em terceiro lugar os estreantes da equipe Brasília Va’a Clube Ava Canoeiros, do Distrito Federal, com 6h50min28s. Logo atrás, com 6h57min15s, a equipe mais antiga do Pais, a Brucutus, que teve problemas com o barco de apoio. O primeiro time master foi o Loucaus Poseidon, de Santos, em sexto lugar geral (atrás da Floripa Va’a), em 7h06min32s.

E a campeã na mista foi a Praia Vermelha Va’a Clube, do Rio de Janeiro, em oitavo, com 7h21min29s. Destaque também para o canoísta de velocidade Sebastian Cuattrin, que já venceu a prova várias vezes e desta vez decidiu encarar o duro trajeto só, num surfski, sem revezamento algum, para completar em 7h21.

Na prova, os bicampeões remaram o tempo todo na frente e na primeira metade, no mar, aproveitaram bem a ondulação. Já no trecho do Canal de Bertioga enfrentaram vento contra e maré vazante, o que prejudicou o desempenho. “Se tivesse a condição mais favorável, teríamos batido o recorde. A equipe estava bem treinada, sabia o que estava fazendo e conseguimos manter a estratégia”, comemorou o capitão da equipe, Sérgio Prieto.

Além, remaram os experientes Alessandro Matero, o Minduim, Rafael Leão (presente em todas as edições da prova) e Vagner Riesco. Também a revelação Murilo Pinheiro, o destaque de stand-up Luiz Guida, o Animal, Leonardo Silva, Alan Reynel e Dave Macknight. “Temos uma base muito forte”, comentou o capitão da equipe, que treina na Represa de Guarapiranga, em São Paulo.

Alessandro Matero, que já competiu no mar, gostou muito da performance da equipe. “A primeira parte conseguimos surfar o tempo todo. Nos divertimos bastante. No canal, pegamos muito vento na cara e maré vazando, mas foi legal”, disse, relacionando com as provas no Havaí. “Aqui é uma prova muito mais dura fisicamente falando e mais fácil tecnicamente. É uma prova longa, que envolve muita força física”, explicou. “Essa disputa tem muito para crescer”, falou.

Os vice-campeões reconheceram a superioridade dos vencedores. “A equipe deles na verdade é uma seleção. Foi justo. Eles remaram muito bem. O que vale é que a nossa equipe estava mais unida e percebemos que temos de treinar mais. Queríamos ganhar, claro, mas isso nos dá mais motivação”, afirmou Celso Filetti, o mais velho da equipe, aos 47 anos. “Todos deram 100%”, ressaltou. “O que ficamos mais felizes é o surgimento de várias bases e vários atletas. O esporte está crescendo”, elogiou.

Responsável pelas vinda das canoas havaianas para o Brasil e o maior incentivador da modalidade em vários estados, o organizador do evento, Fabio Paiva era só alegria após a disputa. “Foi muito legal. Esse ano tivemos um nível técnico forte e estamos comemorando a participação de equipes estreantes como Brasília e Salvador. Essa é uma prova completa, com mar calmo, bravo, depois rio, com outro tipo de ecossistema. Então o atleta precisa ser completo”, argumentou.

Ele revelou que a ideia é convidar equipes estrangeiras para a edição de 2013, aproveitando o lançamento do livro “10 anos de Canoa Havaiana no Brasil” também durante o evento. “A estratégia é enviar o livro, com imagens fantásticas e o dvd da prova deste ano. Com certeza isso vai motivar muita gente de fora a encarar esse desafio lindo”, afirmou Paiva.

SUPERAÇÃO - Ainda na prova, menção para a equipe Brucutus, que enfrentou percalços na prova e mesmo assim completou bravamente, sob o comando de Everdan Riesco, presente em todas as edições da disputa. “Foi dura. Foi uma prova de superação. Viramos com dois quilômetros de prova. Saímos de segundo para último, recuperamos, assumimos o terceiro lugar, mas nosso barco quebrou, ficamos praticamente uma hora e meia sem trocas, sem água, sem alimentação, o rendimento vai caindo e fica difícil segurar”, contou.

SEBASTIAN CUATTRIN - Fora da disputa nas canoas OC6 (seis remadores), que tinham três remadores para revezamento, o canoísta Sebastian Cuattrin, fez o percurso de surfski sozinho, chegando junto com a equipe oitava colocada. Nas suas mãos, as marcas do esforço com diversas bolhas. “Sem revezar, sem descansar, mas valeu pelo desafio”, disse o atleta, que já esteve em quatro olimpíadas na canoagem de velocidade, hoje ocupa cargo diretivo na Confederação Brasileira e nas canoas venceu várias edições, inclusive ano passado.

Após a dura disputa, os atletas confraternizaram com o lançamento do livro “10 anos de Canoa Havaiana no Brasil”, no Museu do Surf, no Quebra-Mar. A publicação, aprovada pela Lei de Incentivo Municipal (Promifae), entidade Galinho de Ouro e patrocinada pela Usiminas, conta a trajetória do esporte nesses primeiros dez anos, com fotos de Ivan Storti e textos de Fábio Maradei, na visão de Fábio Paiva, desde a ideia de importar a primeira canoa para o Brasil.

O 10º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas teve a organização da Canoa Brasil, com apoios da Prefeitura Municipal de Santos, Onbongo, Slide Glass, Panificadora Rainha da Barra, Vit Shop, Colégio Jean Piaget, Clínica Filetti, Eneida Produções Artísticas, Parque Estadual Marinho, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos, Praticagem e Opium Fiberglass.

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