Surfista Atacado em Olinda Afirma que Viu o Tubarão

O jovem relatou que estava sentado na prancha de surfe havia aproximadamente uma hora e, quando colocou a perna na água, o animal se aproximou e o mordeu. Diego teria, inclusive, socado o animal para que ele se afastasse. 

No entanto, avaliações feitas nessa terça (31) pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e pelo Corpo de Bombeiros, que socorreu o rapaz, apontam que o ataque não teria sido causado por um tubarão. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), que deve ser divulgado na tarde desta quarta, pode esclarecer qual foi o animal que o mordeu.

O jovem, porém, reafirma que foi um tubarão. "Eu moro há 23 anos aqui e nunca vi peixe [se referindo espécies menores] morder ninguém", disse.

Questionado se sabia do risco daquela área da praia, em que já foram registrados ataques, Diego respondeu que estava ciente. "Eu sabia que ali era proibido, sabia do risco que eu estava correndo e do erro que eu estava cometendo", afimou Gomes.

Diego está recebendo atendimento no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, onde passou por procedimentos de limpeza e sutura do ferimento. O jovem está fazendo tratamento com antibióticos e será avaliada a necessidade de uma cirurgia plástica. A expectativa é que ele receba alta até a sexta-feira (3).

O surfista praticava o esporte com o irmão e dois amigos na manhã dessa terça quando foi atacado por um animal marinho. Diego foi levado de moto pelo irmão para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda. O jovem reclamou do atendimento na unidade. "Chegamos lá às 11h e só fomos atendidos às 13h, mesmo dizendo que foi ataque de tubarão. E só porque eu fui procurar o médico pessoalmente. Ele só foi transferido às 16h", relatou a esposa dele, Helina Maria Pereira. Ela contou ainda que costumava, junto com a sogra, pedir que Diego não fosse surfar naquela praia, embora esse fosse um hábito da vítima desde criança.

Del Chifre é parte dos 32 quilômetros de orla em Pernambuco com restrições devido ao risco de ataques de tubarão. Três outros surfistas já se envolveram em incidentes na praia. O último foi em novembro de 2011, a um homem à época com 35 anos, conhecido de Diego. Apesar dos ferimentos na coxa, no pé, no joelho e na panturrilha, ele sobreviveu ao incidente. Em junho de 2008, um adolescente de 14 anos, também amigo do jovem, sofreu fratura exposta na panturrilha esquerda após mordida de tubarão e também sobreviveu. Outro homem de 27 anos morreu após ser atacado na coxa esquerda.

Diego estava desempregado havia sete meses e começaria a trabalhar como frentista em um posto de gasolina em Olinda nesta quarta-feira. Ele é casado há quatro anos com uma jovem de 18 anos, também desempregada, e os dois têm uma filha de 2 anos e meio.

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