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Guarujá - São Paulo - Brasil

Projeto Ondas traz Surf e Cidadania a crianças de baixa renda

Evelyn Faria - MTB 31471

Jojó de Olivença busca inclusão social através de ONG e pede ajuda a empresa de transporte

O surfista Jojó de Olivença, bicampeão brasileiro, recebeu com pesar a notícia recentemente divulgada em rede nacional, que Guarujá, no litoral de São Paulo, tem o maior índice de mortalidade infantil do estado paulista por uso de drogas. Erradicado na cidade desde 1992, ele não fica de braços cruzados. Realiza um trabalho social através de sua ONG, Projeto Ondas, Surf & Cidadania, desde 2000, na praia da Enseada, em frente ao Delphin Hotel.

Jojó promove uma divulgação nas comunidades carentes de Guarujá para anunciar abertura de vagas na ONG, que usa o surf como ferramenta de atração e força catalisadora, visando a inclusão social de crianças de 6 a 12 anos de famílias de baixíssima renda. O objetivo é diminuir a evasão escolar, dar capacitação e formação a estes jovens, para que não façam parte das tristes estatísticas.

O projeto segue três diretrizes: educação, cultura e capacitação profissional. A ONG conta com 10 voluntários. Profissionais como artesãos, educadores, médicos, enfermeiros, bombeiros, pedagogas e nutricionistas marcam presença com as crianças três vezes por semana no anexo da ONG, no Centro Esportivo Duque de Caxias, Praça Horácio Lafer, s/n - Jardim Tejereba.

Ao todo, 60 crianças fazem parte da iniciativa, que se divide em cinco programas: Onda Ecológica, Surfando Valores, Onda do Saber, Guarda-Vida Mirim e Aulas de Surf. O Programa Onda Ecológica aborda a conscientização ambiental. Já o Ondas do Saber traz reforço escolar e incentiva a leitura e o desenvolvimento do uso correto da língua portuguesa.

Cada encontro dura três horas, sempre com atividades pedagógicas e aulas de surf. A ONG anda de mãos dadas com a escola e a família do aluno. "Nós temos acesso ao boletim das crianças e estamos sempre cobrando um bom rendimento escolar para sua permanência no projeto", informa o idealizador.

"Realizamos um trabalho de prevenção contra as drogas, abuso sexual e gravidez precoce", informa. As oficinas preparam os participantes para o mercado de trabalho e para o empreendorismo. Inclusão digital, música, culinária e idiomas são algumas delas. "Para aqueles que têm espírito empreendedor, existe um mundo de possibilidades quando saem daqui. Podem abrir oficinas de prancha, se tornar bombeiros ou professores de surf e muito mais", avalia.

Para aproveitar o potencial que Guarujá oferece, outros caminhos estão sendo abertos. "Estamos também capacitando mão de obra para o turismo da cidade, que é carente de profissionais qualificados na área. Recreadores, guias turísticos e garçons são apenas alguns exemplos". Em um futuro breve, o surfista pretende abrir cooperativas para os participantes do projeto.

A ONG quer pedir ajuda à empresa de transporte Translitoral para facilitar a vinda dos alunos às aulas. "Muitos moram longe e faltam por não ter quem os traga, porque os pais trabalham. A chuva e a falta de dinheiro para a condução atrapalham a freqüência de muitas crianças no projeto. Com o transporte garantido, poderíamos trazer muito mais crianças, que moram em pontos distantes da cidade", planeja Jojó.

O bicampeão teve a idéia de realizar este trabalho andando pelas favelas de Guarujá. "Sou obcecado mesmo pelo que faço. Me sinto na obrigação de fazer algo ao me deparar diariamente com tanta vulnerabilidade social. Meu desejo é abraçar todas as crianças com afeto e oportunidade", completa.

O Projeto Ondas, Surf & Cidadania conta com o apoio da Secretaria de Esportes de Guarujá, WG - Wave Giant, Overboard, Delphin Hotel, Pipeline Softboard, Skatena Esporte, Fama Assessoria e Mormaii. Para ajudar a ONG e saber mais, os contatos são: (13) 3017-2424 / 8115-7902 / www.projetoondas.org

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