#comportamento 

ONG busca evitar acidentes fatais envolvendo surfistas e banhistas

O projeto Surf Seguro luta pela delimitação de áreas para a prática da pesca, lazer e surf. Ajude na petição por praias mais seguras

24/Jul/2012 - Mariana Mesquista - Brasil

Em fevereiro de 2012, a psicóloga e surfista Renata Turra, de 23 anos, sofreu um acidente fatal na praia de Coroados, em Guaratuba, no Paraná. Depois de cair na água, ela teve o leash de sua prancha preso em um artefato de pesca, colocado de modo irregular e sem sinalização em uma área de arrebentação e prática de surf. O acidente levou amigos e familiares de Renata a dar início a um trabalho de conscientização de pescadores e busca de melhorias nas políticas públicas referentes ao assunto e ao meio ambiente.

“O problema maior é que essas mortes são consideradas ‘afogamento’ e, por isso, deixam de ser registradas e investigadas. São mais comuns do que pensamos. No Rio Grande do Sul, segundo a ONG Mar Seguro, 49 pessoas já foram vítimas, assim como minha irmã”, conta a advogada Silva Turra, irmã de Renata.

A partir disso, surgiu no Facebook o movimento Surf Seguro (facebook.com/surfseguro), um projeto que busca a delimitação, pelo governo federal, de áreas específicas para a prática da pesca, de esportes náuticos, para lazer e para o surf (para ajudar, clique aqui). A página já conta com mais de 2 mil “curtir”. Para tornar o projeto ainda maior, o grupo busca ampliar as atividades da organização não-governamental Parceiros do Mar.

Em entrevista, Silvia fala sobre o projeto Surf Seguro e explica como é possível colaborar nessa luta.

Qual é sua relação com o surf?

SILVIA TURRA Eu sou advogada e diretora administrativa da ONG Parceiros do Mar. Minha relação com o surf é, por meio da ONG e do projeto Surf Seguro, contribuir e zelar pela segurança e proteção dos surfistas.

Quem está por trás do projeto?

Aqui no Paraná são familiares e amigos da Renata. Essa ONG possui três projetos:

o Surf Seguro, para informar dos riscos aos praticantes de esportes aquáticos; um projeto de educação de pescadores e de uso consciente do mar; e um movimento político pela a criação de uma legislação que atenda à prática da pesca responsável.

Existe algum projeto em mãos?

Estamos com um Projeto de Lei tramitando em Brasília. Nossa proposta é a delimitação, pelo governo federal, de áreas específicas para a prática da pesca, de esportes náuticos, do lazer, do surf. Os planos futuros são, a partir da aprovação desse projeto de lei, instituir junto às universidades um programa de parceria, no qual os estágios obrigatórios dos alunos serão feitos em trabalhos da ONG.

Além disso, há projetos com as prefeituras do litoral para educação e conscientização no ensino fundamental e médio. São projetos nos quais a ONG pode se inserir, para levar às crianças a importância do uso consciente do mar. Nas associações de pescadores vamos desenvolver cursos permanentes de educação ambiental, mas ainda não formatamos esse projeto.

Como as pessoas podem ajudar?

As pessoas podem assinar a petição on line ( http://bit.ly/KfIk8o ), que será usada no momento da votação do projeto de lei para pressionar por sua aprovação. Assim mostramos que há milhares de cidadãos brasileiros interessados nessa lei. Também contamos com depoimentos de surfistas e banhistas de todo o país que tenham tido a experiência de se enroscar em artefatos de pesca, para provar que o caso da Renata não é isolado.