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Medina fica a três baterias do bicampeonato mundial

O título do World Surf League Championship Tour 2018 pode ser decidido nesta segunda-feira no Havaí entre Gabriel Medina e Julian Wilson porque Filipe Toledo saiu da briga no domingo.

17/Dez/2018 - João Carvalho - Oahu Costa Norte - Hawaii - Estados Unidos

Previsão de águas rasas para Pipeline - OAHU - HI

O título mundial do World Surf League Championship Tour 2018 pode ser decidido nesta segunda-feira e Gabriel Medina segue na busca pelo bicampeonato no Havaí. Ele achou os tubos em Pipeline no mar difícil do domingo para ganhar mais uma bateria e fica agora a três passos do título de 2018, que garante se passar pelas semifinais. O bicampeonato pode ser confirmado também se o australiano Julian Wilson não chegar na final. Filipe Toledo saiu da briga com os tubos surfados por Kelly Slater no Backdoor, na bateria que fechou o domingo.

“Eu estava muito excitado à noite toda para acordar e finalmente ver as ondas bombando de novo, depois de tantos adiamentos”, disse Medina. “Eu achei até que as ondas iriam estar maiores, mas estão muito boas, pelo menos para mim que peguei alguns tubos muito bons em Pipe. É muito divertido quando você encontra os tubos, mas é um desafio, porque não está fácil de achar. Agora, já estou focado na minha próxima bateria e espero encontrar mais tubos para seguir buscando meu objetivo aqui”.

Além de Medina, mais dois brasileiros avançaram para disputar classificação para as quartas de final na rodada que vai abrir o último dia do Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons. O paulista Jessé Mendes ganhou duas baterias no domingo para seguir liderando o ranking da Tríplice Coroa Havaiana e brigando pelo título, fase a fase com Joel Parkinson. Já o catarinense Yago Dora, confirmou sua permanência na elite do CT quando despachou o campeão do Pipe Masters no ano passado, o francês Jeremy Flores.

A primeira chamada para a quarta fase, que classifica para as quartas de final os dois primeiros colocados em cada bateria, é as 7h30 da segunda-feira no Havaí, 15h30 no horário de verão do Brasil. Gabriel Medina vai entrar com a lycra amarela do Jeep Leaderboard na segunda bateria, com o taitiano Michel Bourez e o havaiano Sebastian Zietz.

Se passar essa, Medina fica a duas vitórias para festejar seu segundo título mundial, pois para ele a decisão é nas semifinais. O único que pode impedir o bicampeonato esse ano é Julian Wilson, que precisa chegar na final para superar a pontuação atual do líder do ranking. Se o brasileiro chegar nas semifinais, o australiano tem que vencer o campeonato para ganhar o título mundial, desde que Medina não seja o outro finalista. 

Julian está na terceira bateria com Joel Parkinson tentando seu quarto título na Tríplice Coroa Havaiana para fechar a carreira com chave de ouro, e o estreante em Pipeline, Yago Dora, agora já garantido no CT 2019. E Jessé Mendes vai disputar as duas últimas vagas para as quartas de final com a fera Kelly Slater e o francês Joan Duru, que praticamente confirmou sua permanência na elite também no domingo, tirando o português Frederico Morais do grupo dos 22 primeiros do Jeep Leaderboard que são mantidos no CT da World Surf League.  

DOMINGO TENSO – O domingo foi um dia de muita tensão em cada bateria. Pela condição difícil do mar, com ondas de 6-8 pés e algumas séries entrando com até 10 pés durante a tarde. A maioria fechava rápido e muitas baterias tiveram notas muito baixas. Mas, grandes tubos foram surfados nas esquerdas de Pipeline e nas direitas do Backdoor durante o dia. E por ser a última batalha do ano, decisiva tanto para definir o campeão mundial da temporada, como na disputa pelas últimas vagas para a elite dos top-34 do CT 2019.

A briga do título mundial começou logo na primeira bateria do dia, com Filipe Toledo achando um tubaço em Pipeline para derrotar o havaiano Benji Brand na abertura da repescagem. Os outros dois concorrentes já estavam na terceira fase por terem estreado com vitórias na rodada inicial. Gabriel Medina foi o primeiro a competir e respondeu a cada ataque do havaiano Seth Moniz, com um tubo melhor. O havaiano pegou um no Backdoor que valeu 6,33 e Medina deu o troco num maior e mais profundo em Pipeline para tirar 7,70. Seth surfou mais um para reassumir a ponta com 5,50 e Medina achou outra esquerda no último minuto para fazer um tubo nota 6,60, que confirmou a vitória por 14,30 a 11,83 pontos.

No domingo, foi utilizado o sistema “dual heat”, ou seja, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente. A duração aumentou para 40 minutos, sendo que nos 20 primeiros minutos a prioridade para escolher as ondas era dos surfistas que já estavam competindo e assim sucessivamente. Julian Wilson entrou logo depois de Medina, quando Yago Dora estava no mar derrotando o francês Jeremy Flores por 5,27 a 2,64, surfando o único tubo da bateria. A do australiano com o paulista Miguel Pupo também foi fraca de ondas e o brasileiro surfou um tubaço no final que assustou Julian Wilson, mas ele venceu por 8,43 a 7,00 pontos.

“Eu deixei Pipe e Backdoor decidirem meu destino lá fora e usei toda a minha experiência para ter paciência”, disse Julian Wilson. “Eu apenas tentei me colocar bem dentro do mar e nunca desistir até o fim. Foi uma bateria difícil, as ondas estão difíceis, então é preciso estar no lugar certo e ter um pouco de sorte. Estou animado e espero ter um bom desempenho no dia final”.

Depois de Medina e Julian passarem suas baterias, ficou a pressão para Filipe Toledo, que entrou na última do dia com o recordista de titulos no Pipe Masters. E Kelly Slater mostrou toda a sua técnica e experiência para surfar dois tubaços no Backdoor e vencer fácil por 15,60 a 6,77 pontos. No melhor deles, ficou bem profundo e saiu depois da baforada para ganhar nota 8,67. Filipe até buscou os tubos também, porém não foi feliz e terminou como o terceiro melhor surfista do mundo em 2018. Certamente, vai brigar pelo título nos próximos anos.

“Eu tomei uma pancada muito forte no final de uma onda e ficou tudo preto por alguns segundos”, contou Filipe Toledo. “Estou triste agora, mas ao mesmo tempo foi uma honra surfar com o Kelly (Slater) num mar pesado como hoje (domingo) em Pipe. Mas, estou certamente orgulhoso de mim mesmo pelo que fiz esse ano. Eu tive um ano incrível como pai, como filho e como surfista profissional. Nós trabalhamos tanto o ano todo, mas isso é o surfe, então é continuar trabalhando que ano que vem tem mais”.

SELEÇÃO BRASILEIRA – Apesar da derrota prematura de Filipe Toledo, no domingo foi confirmada a maioria brasileira na elite dos top-34 pelo segundo ano consecutivo. Com o catarinense Yago Dora se mantendo no CT com a passagem para a quarta fase do Billabong Pipe Masters, a “seleção brasileira” permanece com onze surfistas. Ele e os também estreantes de 2018, Willian Cardoso e Michael Rodrigues, se garantiram pelo ranking principal, assim como os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza e os números 3 e 4 do mundo esse ano, Filipe Toledo e Italo Ferreira, respectivamente.

Jessé Mendes é mais um novato que continuará no CT em 2019, mas confirmou sua vaga entre os dez indicados pelo WSL Qualifying Series. Outros três brasileiros se classificaram pelo ranking de acesso, o paranaense Peterson Crisanto e o paulista Deivid Silva que estarão na elite mundial pela primeira vez e o potiguar Jadson André, que recuperou a vaga perdida no ano passado. Além dos onze titulares da nova “seleção brasileira” já confirmados, o paulista Caio Ibelli pode seguir no time se receber um dos convites da World Surf League para os atletas que se contundem durante a temporada, como foi o caso dele e dos campeões mundiais John John Florence e Kelly Slater.

ÚLTIMA VAGA NO CT 2019 – Além de Caio Ibelli, mais dois integrantes da “seleção brasileira” perderam a batalha pelas últimas vagas no CT 2019 no domingo. O português Frederico Morais caiu na repescagem e ficou ameaçado em 21.o lugar. O catarinense Tomas Hermes e o pernambucano Ian Gouveia saíram da briga também sem vencer nenhuma bateria em Pipeline. Tomas perdeu um confronto direto com o francês Joan Duru, que depois passou pela terceira fase se jogando nos tubos para derrotar o cearense Michael Rodrigues e entrar nos top-22 do Jeep Leaderboard, tirando Frederico Morais do CT 2019.

Junto com Tomas Hermes e Ian Gouveia, não conseguiram sair da zona do rebaixamento para o WSL Qualifying Series, os australianos Matt Wilkinson e Connor O´Leary, o americano Patrick Gudauskas, o sul-africano Michael February que substituiu o aposentado Mick Fanning no início da temporada e o havaiano Keanu Asing. Os sete perderam suas vagas na elite, como o português Frederico Morais no domingo. Além deles, os contundidos John John Florence, Kelly Slater e Caio Ibelli, também ficaram fora dos top-22.

TRÍPLICE COROA - O único que ainda ameaça a vaga do francês Joan Duru no CT 2019 é Jessé Mendes, mas só se ele vencer o Billabong Pipe Masters. Jessé competiu duas vezes no domingo de mar desafiador em Pipeline. Na repescagem, vingou a derrota sofrida na final do QS 10000 Vans World Cup em Sunset Beach para o havaiano Ezekiel Lau, num confronto direto pelo título da Tríplice Coroa Havaiana. Depois, também surfou alguns tubos para despachar o australiano Wade Carmichael na terceira fase e seguir na busca pelo segundo título brasileiro nesta competição especial do Havaí. O único foi conquistado por Medina em 2015, um ano depois do seu primeiro título mundial.

Os cenários do título mundial masculino no Billabong Pipe Masters: 

- Se Gabriel Medina termina em 1º ou 2º no Billabong Pipe Masters, ele ganha o título mundial; 

- Se Gabriel Medina terminar em 3º no Billabong Pipe Masters, Julian Wilson e Filipe Toledo terão que terminar em primeiro lugar; 

- Se Gabriel Medina terminar entre 5º e 25º, Julian Wilson e Filipe Toledo precisarão de um 2º ou 1º em Pipe. 

O Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons está sendo transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo WSL e o Facebook Live da World Surf League. No Brasil, os canais ESPN e OFF também fazem uma cobertura exclusiva da decisão do World Surf League Championship Tour 2018 em Pipeline.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE - A World Surf League (WSL) tem como objetivo celebrar o melhor surfe do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão. A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, realizando mais de 180 eventos globais que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial. Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Kai Lenny, Taylor Jensesn, Honolua Blomfield, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com.

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João Carvalho – WSL South America Media Manager

(48) 999-882-986 – jcarvalho@worldsurfleague.com

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QUARTA FASE – 1.o e 2.o=Quartas de Final e 3.o=9.o lugar com 3.700 pontos:

1.a: Jordy Smith (AFR), Conner Coffin (EUA), Ryan Callinan (AUS)

2.a: Gabriel Medina (BRA) , Michel Bourez (TAH), Sebastian Zietz (HAV)

3.a: Julian Wilson (AUS), Yago Dora (BRA) , Joel Parkinson (AUS)

4.a: Joan Duru (FRA), Jessé Mendes (BRA), Kelly Slater (EUA)

TERCEIRA FASE – 13.o lugar com 1.665 pontos e US$ 11.500:

1.a: Ryan Callinan (AUS) 8,77 x 2,43 Italo Ferreira (BRA)

2.a: Jordy Smith (AFR) 10,16 x 2,56 Michael fevereiro (AFR)

3.a: Conner Coffin (EUA) 13.00 x 6.40 Matt Wilkinson (AUS)

4.a: Michel Bourez (TAH) 11.70 x 7.36 Connor O'Leary (AUS)

5.a: Sebastian Zietz (HAV 8.00 x 5.24 Griffin Colapinto (EUA)

6.a: Gabriel Medina (BRA) 14.30 x 11.83 Seth Moniz (HAV)

7.a: Yago Dora (BRA) 5.27 x 2.64 Jeremy Flores (FRA)

8.a: Julian Wilson (AUS) 8,43 x 7,00 Miguel Pupo (BRA)

9.a: Joel Parkinson (AUS) 13.20 x 1.10 Kanoa Igarashi (JPN)

10: Jessé Mendes (BRA) 7.17 x 2.84 Wade Carmichael (AUS)

11: Joan Duru (FRA) 8.20 x 4.86 Michael Rodrigues (BRA)

12: Kelly Slater (EUA) 15.60 x 6.77 Filipe Toledo (BRA)

SEGUNDA FASE – 25.o lugar com 420 pontos e US$ 10.000:

1.a: Filipe Toledo (BRA) 12.70 x 11.76 Benji Brand (HAV)

2.a: Seth Moniz (HAV) 12,77 x 10,00 Owen Wright (AUS)

3.a: Wade Carmichael (AUS) 2.93 x 1.40 Caio Ibelli (BRA)

4.a: Kano Igarashi (JPN) 5,16 x 4,06 Keanu Asing (HAV)

5.a: Miguel Pupo (BRA) 10.04 x 5.00 Kolohe Andino (EUA)

6.a: Kelly Slater (EUA) 8.00 x 1.63 Willian Cardoso (BRA)

7.a: Ryan Callinan (AUS) 16,84 x 6,10 Adrian Buchan (AUS)

8.a: Jeremy Flores (FRA) 5.56 x 1.90 Ian Gouveia (BRA)

9.a: Jessé Mendes (BRA) 5.40 x 3.93 Ezekiel Lau (HAV)

10: Sebastian Zietz (HAV) 4.27 x 3.83 Patrick Gudauskas (EUA)

11: Connor O´Leary (AUS) 6.17 x 2.47 Frederico Morais (PRT)

12: Joan Duru (FRA) 16.60 x 1.26 Tomas Hermes (BRA)