Maio clássico em Greenbush e Macaronis

Nossa trip de estréia com o barco Santa Lusia não poderia ter sido melhor: Um espetáculo da famosa e temida onda de Greenbush fechando com chave de ouro no nosso último dia da trip. Nunca tinha visto Greenbush tão grande, pesada, grossa, sinistra, assustadora, bombástica! A água estava um pouco escura, deixando o cenário ainda mais sério e, evidente que não era pra qualquer um. 

O destaque foi para o australiano Soli Bailey que fazia até parecer fácil com tranqüilidade no drop e o estilo de back side em pé dentro dos largos cilindros. Qualquer erro, era certo bater na bancada de reef. E assim foi, a série entrava, uns completavam tubos alucinantes e, os que caíam, saíam remando direto pra o barco. Éram pranchas perdidas, quebradas, ombro deslocado e muitos, muitos arranhões e cortes nos corais. 

“Dentro do tubo cabia um caminhão de tão largo!” dizia o nosso hospede Marcelo Pasqualotto, que se aventurou em por pra baixo em algumas ondas. Edison Trogilo também tentou encarar e relatou que estava muito pesado: “Todos que erravam tinham que ir direto pra o barcos porque se machucavam feio”. Poucos surfaram nesse dia porque é muito importante respeitar o seu próprio limite e, isso, nos mantêm vivos. 

Em 11 dias, foram 3 swells de 8-9 pés com período de 18 segundos. Em quase 9 anos que moro na Indonésia, nunca tinha visto isso. O melhor de Mentawai é que conseguimos surfar ondas para todos os níveis de surf. Enquanto Greenbush fumegava, vários outros picos que filtram o swell rolavam um pouco menor para a diversão da galera. Essa é a vantagem de estar numa trip de Barco e se locomover a qualquer hora para surfar o pico certo na hora certa. 

Depois de surfar todos os 11 dias, direitas e esquerdas, tubulares e manobráveis, grandes e pequenas, todos nós estávamos cansados de tanto surf então finalizamos assistindo um filme de surf ao vivo e a cores em Greenbush. 

Obrigada Senhor e que essa seja apenas a primeira de muitas outras viagens a bordo do barco Santa Lusia em Mentawai.