Drones, dados e apostas online agitam o futuro do surfe

O surf sempre foi um esporte intimamente ligado à natureza — mar, vento, maré, sol. Mas, nos últimos anos, uma nova onda vem tomando conta do universo surfista: a da tecnologia. De drones a sensores de performance, passando por softwares de análise tática e transmissão ao vivo em altíssima definição, o surf está se transformando em uma modalidade cada vez mais conectada e estratégica.

Essa revolução digital não só tem melhorado o desempenho dos atletas e a experiência dos fãs, como também está abrindo caminho para novas formas de acompanhar e até apostar em campeonatos e atletas.

Drones: o novo olhar do surf

As imagens aéreas deixaram de ser privilégio das grandes finais do circuito mundial. Hoje, drones são usados em diversos níveis do surf, desde sessões de treino nas praias locais até eventos amadores. Esses dispositivos permitem registrar ângulos inéditos das manobras, acompanhar o posicionamento dos surfistas em tempo real e analisar como eles interagem com a formação das ondas.

Além disso, os drones tornaram-se ferramentas valiosas para a cobertura jornalística e o entretenimento, oferecendo ao público transmissões com imagens cinematográficas. Plataformas de streaming e redes sociais têm explorado esse recurso para aumentar o engajamento com os eventos, o que ajuda a atrair novas audiências.

Wearables com dados em tempo real

Dispositivos presos à prancha ou ao tornozelo do surfista capazes de medir a velocidade, inclinação, força do impacto na água e até o tempo de permanência na onda já são realidade. Sensores de diferentes marcas podem coletar uma gama de dados que ajudam técnicos e atletas a entenderem melhor o desempenho em cada sessão.

Esses dados transformam o esporte em uma verdadeira ciência. Com as informações em mãos, é possível identificar pontos de melhoria, monitorar a evolução física do atleta ao longo da temporada e até prevenir lesões por sobrecarga. Além disso, os sensores têm um valor didático imenso para quem está aprendendo — é como ter um treinador digital acompanhando cada onda surfada.

Softwares de análise aumentam as possibilidades

Assim como no futebol e no basquete, o surf também passou a ser analisado por softwares que cruzam dados de performance, leitura de mar e até padrões comportamentais dos atletas. Ferramentas como o Surf Coach e o Surfline Sessions permitem comparar vídeos de sessões com gráficos de desempenho, oferecendo relatórios técnicos cada vez mais completos.

Essas análises ajudam os treinadores a tomar decisões mais assertivas, como qual prancha usar em determinada condição, qual atleta escalar em uma bateria com ondas maiores, ou qual lado do pico oferece mais oportunidades de pontuação.

Até mesmo a maneira de medir ondas gigantes pode ganhar um reforço tecnológico. A ferramenta Big Wave Tracker, desenvolvida em Portugal, traz um novo método que pode revolucionar a modalidade e diminuir as controvérsias sobre recordes e melhores marcas.

Transmissões ao vivo e a experiência do espectador

Com a profissionalização dos campeonatos e o avanço da tecnologia de transmissão, os fãs de surf podem acompanhar as baterias ao vivo de qualquer lugar do mundo. Câmeras posicionadas estrategicamente, drones, narração especializada e gráficos com estatísticas em tempo real fazem parte da nova era do surf.

Essa sofisticação não apenas aumenta o engajamento do público, mas também viabiliza outra tendência em crescimento: a aposta online em eventos de surf.

Aposta online no surf ainda é potencial a ser explorado

Apesar de todo esse avanço tecnológico e do crescimento global do surf como esporte olímpico, o cenário de aposta online no Brasil ainda não reflete essa evolução.

De acordo com dados anuais divulgados pela KTO, o surf não apareceu entre as dez modalidades mais populares para aposta online no site. Esportes como futebol, basquete, e-Sports e até tênis de mesa registraram muito mais volume de apostas e engajamento entre os usuários brasileiros​.

O futebol, por exemplo, representou 90,48% de todas as apostas realizadas na KTO em 2024, enquanto os esportes eletrônicos e tradicionais como basquete e vôlei aparecem logo em seguida com percentuais relevantes. Já o surf, apesar de ter cobertura regular e forte apelo visual, ainda não emplacou como categoria atrativa para quem busca uma aposta online.

A nova onda do surf é digital

O surf está cada vez mais técnico, mais preciso e mais conectado. Drones, sensores e softwares vieram para melhorar ainda mais a relação do surfista com a onda — e também a do espectador com o esporte. Se o Brasil ainda não descobriu o surf como um terreno fértil para aposta online, talvez seja só uma questão de tempo até que a maré vire.

Com tecnologia a favor e uma base de fãs apaixonada, o surf tem tudo para conquistar novos espaços: nas praias, nas telas e também nas bets.