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A volta das pranchas de surf à moda antiga

Guilherme Pallerosi

Quando ocidentais começam a praticar o esporte dos reis havaianos se inicia surf moderno. Mas muita coisa aconteceu desde as pranchas de madeira maciça dos povos do Pacífico

Com final do século XIX terminou a fase do surfe ancestral, típico dos povos do Pacífico e começava um período sem precedentes. O século XX trouxe o desenvolvimento de tecnologias, designs e novos materiais, mudando não apenas as pranchas, mas a forma de surfar.

Os primeiros modelos de prancha datam mais de 1000 anos, podendo ser Olo, Alaia ou Paipo. Os chefes havaianos costumavam ter pranchas compridas e finas conhecidas como Olo, consideradas as primeiras padle boards, pois possuíam maior flutuação, ideais para travessias entre ilhas, além de boas para descer ondas grandes. As pranchas mais comuns eram Alaias ou o Paipos. Alaia significa algo como “tábua fina”, do tamanho de um long board ou um fan board dos dias de hoje, eram ideais para surfar em pé. O Paipo talvez seja o mais primitivo, encontrada em muitas ilhas do Pacífico (Taiti, Ilhas Salomão, e outras), são ideais para surfar deitado como um body board.

Após um século de transformações, o esporte sagrado polinésio virou uma grande indústria que vende produtos e gira altíssimas cifras de dinheiro. Mas, para muitos, algo vem se perdendo e, por isso, muita gente tem se voltado às origens, ao design e técnicas das pranchas dos anciões, assim como a formas de surf menos competitivas. A coisa já vem acontecendo há algum tempo e por todo canto do mundo, mas foi a Austrália quem inovou no design de pranchas recriando e disseminando Olos e Alaias à moda antiga.

O surfe moderno em Alaias de madeira mistura técnicas ancestrais de marcenaria com materiais modernos e maquinários novos e desenhos funcionais. O design talvez seja a maior inovação, com curvas leves, canaletas e outro detalhes que permitem que a prancha acompanhe a linha básica da onda, com velocidade e movimentos abertos, em um surfe essencial que depende mais da destreza do surfista que a eficiência do equipamento. Mas nada é regra e para cada ocasião existe uma prancha.

Para ler mais sobre historia do surf e sobre técnica de construção das pranchas ancient, acesse o blog Madeira e água

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